A TAP está a trabalhar na diversificação de mercados para acabar com a “dependência” do Brasil, um mercado que representa quase 25% das vendas totais da companhia e que no ano passado teve uma quebra de receitas de 10%, em euros.
Apesar da desvalorização cambial e incerteza política no Brasil, as receitas totais da companhia no ano passado subiram 9,1% ou 273 milhões de euros, para 3.251 milhões, o que foi “um crescimento notável”, começou por dizer o CEO da TAP, Antonoaldo Neves, hoje, na apresentação dos resultados da companhia em Lisboa.
Com a desvalorização cambial, de “3,61 reais por 1 euro em 2017 para 4,31 reais por 1 euro em 2018”, as receitas da TAP no Brasil no passado caíram 10%, em euros, e isso “naturalmente atingiu as nossas contas”, continuou Antonoaldo Neves.
Em passageiros, prosseguiu o CEO da TAP, a companhia transportou mais 1,5 milhões, “e numa matriz de clientes muito mais diversificada do que nós tínhamos no passado”.
“A TAP não pode depender de apenas um mercado. Nós vamos acabar com a dependência da TAP de apenas um mercado. Isso é um processo que foi intensificado esse ano com os novos mercados que nós lançamos”, frisou o executivo.
As 17 novas rotas que a companhia inaugurou nos últimos 18 meses “já representam 6% da receita vendida da TAP”.
“É muito gratificante poder ver nas reuniões mensais de rentabilidade as rotas dos Estados Unidos subindo no ranking de rentabilidade e, em algumas vezes, ultrapassando as nossas rotas brasileiras”, comentou Antonoaldo Neves.
“Isso é gratificante, isso garante o futuro da TAP”, enfatizou.
Antonoaldo Neves destacou que do total de bilhetes vendidos para a rota de Chicago 71% foram vendidos nos Estados Unidos, enquanto na rota de Washington foram 74% e na rota de São Francisco, 51%.
Na rota de Telavive, por sua vez, 39% dos bilhetes foram vendidos em Israel.
A perspectiva de Antonoaldo Neves é que os Estados Unidos possam chegar a representar 15% das vendas da TAP.
Contudo, acrescentou, “isto não é um jogo de quem tem um percentual maior”, o objetivo é que os dois mercados, Brasil e Estados Unidos, “cresçam muito e que seja um ano espetacular”.
David Neeleman, acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, que tem 45% da companhia, também afirmou na mesma ocasião que a dependência do Brasil “não pode continuar”.
“Os nossos lucros não podem depender de um país em que um dia está em cima, outro dia está em baixo”, afirmou David Neeleman.
Para mudar, “o que nós estamos a fazer é diversificar os nossos voos para os Estados Unidos”, algo que gostaria de ter feito antes, “mas as aeronaves demoraram bastante e eu não queria entrar nos Estados Unidos com aeronaves com 25 anos”.
“Temos dez cidades no Brasil e oito cidades na América no Norte, uma no Canadá e sete nos Estados Unidos. Gostaria que esse número fosse dez e dez”, acrescentou David Neeleman.
Sobre a operação no Brasil, o acionista avançou ainda que considera que os destinos no Nordeste poderão ser operados em aviões A321LR, “que tem um custo de viagem que é 50% menos que os nossos 330”.
Fonte: PressTur