Por Lício Ferreira
O Nordeste segue recebendo o maior número de passageiros embarcados no país. Isso é o que aponta o recém-lançado Anuário Braztoa 2019, o mais recente estudo da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, que representa 90% das viagens de lazer vendidas no país. Segundo o estudo, que está publicado no site da Braztoa, o Nordeste recebeu 51,8% dos passageiros embarcados, mas vale destacar o crescimento das regiões Sudeste e Sul, comparativamente ao ano anterior.
Outro dado interessante é que, mesmo em tempos difíceis, o brasileiro dificilmente deixa de viajar. Ele adequa a viagem ao seu bolso. Em 2018, foi assim: 64% das pessoas compraram suas viagens a prazo, em mais de 5 parcelas e o número de embarques de passageiros atingiu a marca de 6,5 milhões, bastante superior aos 5,5 milhões de 2017. Um crescimento de 17%, ou seja, o ano passado foi um período de muitas viagens para os brasileiros.
“Diante deste cenário, estamos felizes em anunciar que crescemos em 2018. As associadas Braztoa faturaram 7,4% a mais, somando R$ 13,1 bilhões. Os avanços não param por aí. Evoluímos nos embarques e tivemos 944 mil pessoas a mais viajando em 2018, chegando a 6,5milhões de turistas. Crescimento e cautela. Mais viagens, mas com roteiros mais baratos. Mais embarques, mais faturamento”, afirma em Editorial a presidente Magda Nassar.
PERSPECTIVAS
Segundo a presidente da Braztoa, neste ano de 2019, a perspectiva é de continuidade de crescimento do setor. “A melhoria contínua dos indicadores da economia deverá finalmente se desdobrar para o ambiente de negócios, fato que possibilitará um retorno de investimentos e fazer com que o país retome um crescimento mais vigoroso, trazendo de volta um ciclo virtuoso de renda e consumo”. E acrescenta: “Tivemos um bom aumento de embarques no ano e, ao mesmo tempo, uma queda no valor do ticket médio das viagens. Os valores médios dos pacotes praticados em 2018 para os mercados doméstico e emissivo internacional foram, respectivamente, R$ 1.521 (queda de 8,5% no ticket médio) e R$ 3.520 (queda de 9,6% no ticket médio) acrescenta o Anuário Braztoa 2019, que traz números do setor de turismo de 2018”.
ECONOMIA
Os embarques domésticos registrados pela Braztoa geraram cerca de R$ 11,24 bilhões de reais para a economia nacional – gastos diretos e indiretos. Enquanto faturamento das associadas atingiu R$13,1 bilhões, em 2018. Este resultado representa um crescimento de 7,4% em relação a 2017. O estudo, com dados inéditos do setor das operadoras de turismo no país, mostra, em números, o impacto do contexto econômico nacional e internacional no segmento de viagens de lazer e no comportamento do turista.
“O ano passado mostrou uma continuidade de resultados positivos, já iniciado no processo de travessia da recessão, realizado durante 2017. Apesar de a economia ter desapontado, com uma expectativa de alta do PIB em 2,7%, e resultado real de 1,1%, o turismo conseguiu manter sua retomada”, comenta a presidente da Braztoa, Magda Nassar.
FATURAMENTO
Segundo o Anuário, em 2018, as empresas associadas à Braztoa, que representam estimados 90% das viagens de lazer comercializados pela cadeia produtiva do Brasil, foram responsáveis por um faturamento de R$ 13,1 bilhões, um crescimento de 7,4% em relação ao período anterior. Mesmo sendo considerado um ano ainda desafiador, percebe-se um crescimento real, ou seja, descontada a inflação, de 3,5%.Destaque para o número de embarques de passageiros que teve um aumento de 17% em relação ao ano anterior e atingiu a marca de 6,5 milhões, bastante superior aos 5,5 milhões de 2017.
“Do total de passageiros embarcados, 5 milhões foram para destinos dentro do Brasil, 77,1% do total. A porcentagem de turistas para destinos internacionais foi de 22,9%, ou seja, 1,5 milhões de brasileiros viajaram para fora do país em 2018, contra 1,2 milhões em 2017 (23,3% de crescimento). O turismo nacional apontou crescimento de 5,7% em faturamento (passou de R$ 7,18 bilhões em 2017 para R$ 7,60 bilhões em 2018). Já as viagens para o exterior mantiveram a tendência de crescimento e contabilizaram alta de 11,4% no faturamento, atingindo R$ 5,2 bilhões”, destaca o estudo.
CRESCIMENTO
Nos embarques internacionais, o crescimento foi de 23,3%, com destaque para América do Norte (+45,4%), seguida de América do Sul (+29,6%) e Europa (+16,8). A região da América Central e Caribe, por sua vez, obteve leve crescimento (+4,4%). Já o bloco Ásia, África e Oceania foi o único a apresentar queda (-8,5%), resultado obtido após expressivo crescimento observado em 2017 (+50,7%). Os valores médios dos pacotes praticados em 2018 para os mercados doméstico e emissivo internacional foram, respectivamente, R$ 1.521 (queda de 8,5% no ticket médio) e R$ 3.520 (queda de 9,6% no ticket médio).
Com relação ao comportamento do viajante, o tempo médio de duração das viagens manteve certa estabilidade com relação ao período anterior. Os mais curtos (até 4 dias) foram escolhidos por 27% das pessoas. Os médios (5 a 9 dias) ganharam adesão de mais da metade das escolhas dos consumidores (51%), enquanto os roteiros mais longos (mais de 10 dias) tiveram 22% nas procuras.
Sobre o tipo de pacote vendido, os completos – aqueles que envolvem a parte terrestre e aérea – continuam na preferência das pessoas, com 48% das escolhas. Isso mostra que o consumidor, sempre cauteloso, opta por agregar o máximo de itens ao seu roteiro logo no ato da compra, parcelando a viagem de forma a caber no bolso. Vale ressaltar que a utilização de aquisição a prazo, com pagamento parcelado em mais de cinco vezes, atendeu a maior parte dos clientes (64%).
IMPACTO
“Quando falamos em turismo nacional, existe um dado muito importante que deve ser ressaltado: o impacto econômico dessas viagens para a economia interna” antecipa Magda Nassar. “Os turistas embarcados dentro do Brasil consumiram produtos e serviços não inclusos nos pacotes, como alimentação, transporte, passeios extras, visitas a parques, bares, presentes e artesanato, dentre outros, ajudando na geração de trabalho e renda nos destinos”.
Para 2018, chegou-se ao valor de R$ 3,64 bilhões, ante R$ 3,60 bilhões em 2017 para este indicador. Ao somarmos o valor dos pacotes nacionais comercializados pelas operadoras R$7,60 bilhões, com o valor destes extras anteriormente citados, concluímos que os embarques domésticos da Braztoa geraram cerca de R$ 11,24 bilhões de reais de impacto para a economia nacional.
Em 2018, as operadoras associadas à Braztoa faturaram R$ 13,1 bilhões e embarcaram 6,5 milhões de passageiros durante todo o ano. Essas mesmas empresas geraram um impacto econômico de R$ 11,2 bilhões para a economia nacional, neste mesmo período (quantia que contempla a soma do valor dos pacotes comercializados para destinos nacionais, com o gasto médio diário com extras do turista nos destinos).