A dispensa do visto de entrada no Brasil para turistas de quatro países (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão) pode significar um ótimo incremento de visitantes e receitas turísticas no País. De acordo com uma análise do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, só o número de visitantes estadunidenses em território nacional deve ser multiplicado por quatro, gerando uma injeção de gastos extras de R$ 6,4 bilhões, anualmente.
No entanto, uma das grandes vitórias obtidas pelo Turismo no Brasil corre o risco de ser anulada. Partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro estão tentando barrar o decreto na Câmara. Entre os motivos alegados por integrantes do PT, PDT e PSOL estão a falta de reciprocidade (já que todos esses países existem visto do brasileiro) e a “falácia” de que a medida estimularia o Turismo e a chegada de mais estrangeiros ao País.
“A gente quer fazer uma ação forte de combate ao possível cancelamento do decreto. Nossa ideia é que todo o trade se una, por meio das mais diversas entidades, e lute pelo objetivo comum de todos, que é o Turismo”, destacou o presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz, um dos articuladores do movimento. Na visão dele, essa também é uma causa que deve ser abraçada pelos agentes de viagens. “Todos serão beneficiados com a chegada de mais turistas, por isso todos devem brigar pela causa.”
Em 2016, quando o governo argentino isentou a taxa de entrada dos norte-americanos no País, o número de turistas dos EUA que visitaram aquele país aumentou 9,1%. O Chile, que desde 2014 participa do programa Visa Waiver (isenção bilateral de vistos), segue no mesmo ritmo. Entre 2014 e 2017, a chegada de norte-americanos em território chileno cresceu 5%, 15%, 12% e 1%, respectivamente. Na contramão do crescimento está o Brasil, que vem perdendo mercado (e consequentemente receitas) para os países vizinhos. Em 2017, por exemplo, o número de turistas americanos que chegaram no Brasil caiu 17%, se comparado ao ano anterior. Fora os que chegam na fronteira, em Foz do Iguaçu, por exemplo, pelo lado argentino, e não conseguem visitar o lado brasileiro por conta da ausência de visto tirado previamente. Fonte: Panrotas.