Crise da Avianca preocupa trade turístico sobre Copa América

Resultado de imagem para turistas salvadorRayllanna Lima

A crise que atinge a Avianca e resultou em cancelamentos de centenas de voos com destino Salvador continua preocupando o trade turístico. Presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa demonstra preocupação com o desempenho da cidade para receber grandes eventos, bem como com a proximidade das férias de julho.

“Antes das férias de julho, nós temos a Copa América. Por isso a gente aguarda com ansiedade o leilão dos ativos da Avianca. Precisamos saber como vamos estar aqui durante essa Copa, que Salvador é uma das cidades que participará”, disse. O torneio será realizado no Brasil entre 14 de junho a 7 de julho.

Na análise de Pessoa, é preciso por fim ao “oligopólio” que se formou na Bahia entre as companhias aéreas Gol, Latam e Azul. “Ficaram somente três empresas. A demanda continua a mesma e a oferta não subiu. Então, os preços dispararam. Chegaram a aumentar até 140% os preços. Como nós somos um país continental, precisamos, sim, de aviões para fazer turismo de média e longa distância”, afirmou, fazendo referência ao crescimento de passageiros que trocaram o avião pelo ônibus.

“O turismo rodoviário é um turismo que há 20 anos atrás fazia muito sucesso, mas as pessoas não querem mais passar 20/30 horas ou mais dentro de um ônibus. Para curta distância, tudo bem. Mas, para média e longa distância, nós precisamos de companhia”, avaliou.

Para ele, faltam ações efetivas por parte do Governo do Estado, como ocorreu em São Paulo, Pernambuco e Ceará, onde os governos decidiram reduzir a alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o combustível de aviação.

“O que a gente precisa é que o Governo da Bahia faça como São Paulo, Pernambuco e Ceará, que reduziram o preço do ICMS do querosene de aviação para conquistar novos voos e nova malha aérea. Nós não podemos ficar aqui – só porque somos lindos e maravilhosos – de braços cruzados com essa guerra do ICMS”, declarou.

Em nota enviada à Tribuna da Bahia, a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur) informou que “atua em conjunto com a Sefaz e Casa Civil na elaboração de análise e perspectiva de medidas que minimizem os transtornos causados pela redução de voos da Avianca”.

Segundo a pasta, uma das estratégias deste plano de ação prevê incentivo fiscal no querosene de aviação, num processo que inclui a contrapartida no aumento do fluxo de passageiros e consumo de combustível.

“A VINCI Airoport também está atuante nesta articulação que reúne o Estado e as companhias aéreas, com o mesmo propósito de ampliar o fluxo de passageiros e de voos. A Setur mobiliza as entidades representativas, como Abav, Abih, Abrasel e Singtur, entre outras, a fim de transformar a conjuntura em oportunidade para a expansão da atividade turística”.

Já sobre a preocupação do trade sobre o impacto negativo que pode afetar o desempenho da Copa América no estado, a Setur disse que “agentes do turismo se articulam para atender da melhor formas possível o público interessado, proporcionando a tradicional hospitalidade, conforto e segurança aos visitantes”.

“No cenário nacional, a medida que prevê abertura do setor aéreo ao capital estrangeiro – em análise no Congresso – é aguardada por oferecer perspectiva de avanços no setor, com maior competitividade e a necessária redução dos preços das passagens aéreas”, diz a nota. Fonte: Tribuna da Bahia.

Leilão cancelado – O leilão os ativos da Avianca, citado acima pelo presidente da FeBHA e que aconteceria na terça-feira (7), foi suspenso pela Justiça de São Paulo na segunda-feira. O cancelamento atendeu a um pedido feito pela Swissport Brasil, que atua com serviços de logísticas em aeroportos.

Segundo  o G1, a empresa disse ser credora de R$ 17 milhões, e alega que o plano de recuperação judicial da Avianca é baseado na transferência de slots (direitos de pouso e decolagem em certos aeroportos), o que é proibido por lei. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também alegou ser contrária à venda de slots como se fizessem parte do ativo da empresa.

Em nota, a Avianca Brasil informou que “está estudando as medidas cabíveis a serem tomadas”.

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