Aos 30 anos, Palmas se firma como destino turístico

Por Seleucia Fontes

A capital mais jovem do País comemora 30 anos no dia 20 de maio e deixa de ser apenas porta de entrada para o turista que visita o Tocantins; qualidade de vida e atrativos naturais são seus cartões de visita.

Praia do Prata, vista aérea de Palmas. Foto: Fernando Alves

Ao vislumbrar Palmas de dentro de um avião, o viajante já tem seu primeiro impacto. Em meio a um Cerrado com árvores retorcidas e terra vermelha avista-se a cidade, a oeste banhada pelas águas calmas do “Lago de Palmas”, e a leste, marcada pelo verde exuberante e contornos das serras do Lajeado e do Carmo. A área que até 1988 fazia parte do Estado de Goiás e se dividia entre três fazendas, em apenas um ano daria vida a uma cidade bela, organizada e com inúmeros potenciais, hoje conta com uma população estimada em 292 mil habitantes.

Foi tudo planejado, em especial seu traçado em forma de cruz, formada por duas largas avenidas, Theotônio Segurado e Juscelino Kubitscheck (JK) – homenageando o primeiro governante a defender a autonomia do antigo norte goiano, há dois séculos, e o criador de Brasília –, tendo a Praça dos Girassóis ao centro, reunindo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas não se engane, Palmas tem um grande coração, que ultrapassa os limites do concreto dos prédios e das largas avenidas.

Palmas também é a cidade tocantinense com maior oferta de hotéis e restaurantes de qualidade, dois shoppings, centro de convenções, e se há alguns anos servia somente como acesso ao Jalapão e outras regiões turísticas famosas, hoje se firma como destino turístico de negócios, lazer, esporte e ecoturismo.

Calor humano

A população palmense é formada por gente de todos os cantos do País, o que resulta em uma verdadeira colcha de retalhos culturais. Para o visitante, a percepção imediata é de um povo acolhedor, sempre disposto a mostrar Palmas como uma cidade receptiva.

Esse traço cosmopolita pode ser apreciado na gastronomia local, influenciada por pratos e sabores característicos de estados vizinhos, como Goiás, Maranhão, Pará e Bahia. Os restaurantes seguem o padrão da diversidade, com comida típica mineira, goiana, gaúcha, nordestina, japonesa, chinesa… Nas praias, o que impera é o peixe, em especial o tucunaré e a caranha; a cerveja gelada está sempre presente, para aplacar o famoso calorão local, com vários estabelecimentos ofertando opções artesanais e importadas.

Da mesma forma, a música tem sua pluralidade. A noite palmense oferece muitas opções de música ao vivo. Além de artistas tocantinenses cantando as canções da terra, é possível encontrar forró, samba, MPB, sertanejo, rock, rap.

Atrativos

Memorial Coluna Prestes. Foto: Emerson Silva

A cidade dispõe de atrativos para quem busca história, natureza, noites animadas. Localizada na região turística das Serras e Lago, Palmas está situada em uma planície. Suas principais festividades são o Arraiá da Capital, em junho, e o Festival Gastronômico de Taquaruçu, em setembro. O tradicional carnaval deu lugar ao Capital da Fé, considerado o maior evento gospel do País, atraindo católicos e evangélicos de várias regiões. Já os amantes dos esportes encontram o Circuito Virgílio Coelho de Corridas de Rua, com competições ao longo do ano, e outras atividades que atraem atletas profissionais e amadores.

Para quem visita a cidade, é obrigatória uma parada na Praça dos Girassóis e conhecer o Memorial Coluna Prestes, uma obra do ilustre arquiteto Oscar Niemeyer. O local homenageia a Coluna Prestes e a sua passagem pelo território tocantinense entre os anos de 1920 e 1930. A obra em concreto é marcada pelas curvas sinuosas, características de Niemeyer. A escultura em bronze do ‘Cavaleiro da Luz’, representando Luiz Carlos Prestes, foi criada pelo artista plástico Maurício Bentes. Ao seu lado, o Monumento 18 do Forte homenageia a revolta militar ocorrida no Rio de Janeiro, em 1922.

Localizado em uma das entradas da cidade, o Museu Histórico do Tocantins, mais conhecido como Palacinho, foi o primeiro edifício construído em Palmas e primeira sede do Poder Executivo do Tocantins. Hoje, reúne uma importante coleção de objetos artísticos e arqueológicos, étnicos, tradicionais e naturais. Construído em madeira, o prédio passará por revitalização neste ano.

Duas importantes áreas verdes, os parques Cesamar, na região sul da cidade, e dos Povos Indígenas, na região norte, são pontos de encontro dos moradores locais, que utilizam suas pistas de cooper e skate e quadras de esporte, bem como áreas de alimentação, para passeios em família e práticas esportivas que também podem, e devem, ser aproveitadas pelos visitantes.

Praias naturais

Praia dos Buritis. Foto: Divulgação

Diferente de outras cidades do Estado, que aguardam o período da seca, entre maio e setembro, para ver surgirem suas praias naturais, Palmas conta com cinco praias permanentes, graças ao lago. A Graciosa é a principal, com 520 metros de orla que comportam bares e restaurantes ideais para aproveitar o entardecer, quadras de esporte, banheiros, playground, marina com atracadouro, píer e vista para a Ponte da Amizade. Também é nela que se realiza o Réveillon oficial da cidade, com shows e queima de fogos. A partir dela, pode-se chegar a Ilha do Canela, propriedade particular a 3 km da margem direita da Capital. Não menos belas e organizadas, as outras praias são o Caju, Prata, Arnos e Buritis. Todas com barracas de alimentação e fácil acesso.

Já os amantes do turismo ecológico encontram em Taquaruçu o destino ideal. Distante 32 km do centro, o distrito que já existia antes de Palmas oferece a calma das pequenas cidades de interior, com restaurantes e pousadas simples e acolhedoras. Recentemente, o Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Prefeitura lançou a marca turística do Destino Taquaruçu, com alusão aos frutos, receptividade dos moradores, sol, cachoeiras e valorização do meio ambiente.

Taquaruçu (nome indígena que significa Taboca Grande) possui 82 cachoeiras catalogadas, sendo a do Rocador uma das mais belas e visitadas. Acessível por uma trilha de 1500 metros, passando por outra queda, a Escorrega Macaco, seu paredão de 70 metros é propício à prática do rapel e seu poço é um convite ao banho. A cachoeira do Evilson também apresenta condições parecidas, sendo que o visitante ainda pode aproveitar para almoçar uma legítima galinha caipira.

Aventura

Cacheira do Roncador. Foto: Secom/Palmas

Para quem busca velocidade e aventura, a pedida é a tirolesa com mais de 1500 metros e uma velocidade média de 60km/h de pura adrenalina. Considerada a 5ª maior tirolesa do país, seu ponto de partida fica na Chácara Pontal do Meio. E para deixar na memória um visual inesquecível da natureza local, a Pedra do Pedro Paulo exige um pouco de esforço, mas vale à pena chegar ao local para contemplar o vale.

Ainda voltado aos amantes dos esportes radicais, o parapente é praticado na região de Taquaruçu Grande. As decolagens são feitas na Serra do Carmo, acessível pela saída para a cidade de Aparecida do Rio Negro. São 11 km de estrada de chão até a rampa de decolagem, e há praticantes habilitados a realizar voos duplos.

Acesso

Avenida Theotonio Segurado Noturna. Foto: Valerio Zelaya

Com capacidade para receber 370 mil passageiros/ano, o Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues recebe voos diários de quatro empresas aéreas de grande porte. O anúncio recente de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis para aviação de 14% para até 3% tem provocado o aumento no número de voos diretos a Brasília, São Paulo e Goiânia, e a partir de julho, a Azul oferecerá voos diretos para Recife. Também está em negociação a ligação direta com Manaus.

Por via terrestre, o Estado é cortado pela BR 153, ou Belém-Brasília, o que facilita a ligação com todo o país. Já a rodoviária tem capacidade de embarque de 7 mil pessoas/dia, com ônibus para todas as capitais e maiores cidades.

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