Por Ana Paula Cabral
Desde o último dia 14 de maio, quando o Vaticano reconheceu o segundo milagre de Irmã Dulce, que a levará a se tornar a primeira santa nascida no Brasil, a visitação à sede das obras sociais fundadas pela freira, em Salvador, aumentou 220%. A informação foi dada ao secretário estadual do Turismo, Fausto Franco, pela superintendente, Maria Rita Pontes, nesta segunda-feira (27).
Irmã Dulce dedicou a vida a cuidar da população carente e foi beatificada em 2011, ao ter seu primeiro milagre reconhecido pelo Vaticano. Agora, católicos aguardam a data da canonização. Para o secretário Fausto Franco, o reconhecimento vai reforçar o turismo religioso no estado. “Fiéis de todo o país voltam a atenção para a Bahia, que atrairá mais turistas em experiências de fé”, disse Fausto, ao percorrer a sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
A Osid completou 60 anos neste domingo (26) – junto com a celebração dos 105 anos de nascimento da freira – e é referência do turismo religioso no estado. Entre 2009 e 2018, a instituição recebeu mais de 730 mil visitantes, com destaque para 2011, ano da beatificação, com quase 90 mil visitas contabilizadas. O recorde de visitação veio em 2014, ano do centenário da freira baiana, quando mais de 100 mil pessoas estiveram no local.
“A Bahia ganha um grande presente com o anúncio da canonização. O movimento de turistas já cresceu muito e deve ser ainda maior após a cerimônia de oficialização”, prevê Maria Rita. “Estamos recebendo muitos pedidos de grupos de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Sergipe”, completou o assessor de Memória e Cultura, Osvaldo Gouveia.
Anexos ao hospital filantrópico, que realiza mais de 2 mil atendimentos diários, na Cidade Baixa, funcionam a Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, onde estão guardadas as relíquias da beata, e o memorial que conta a história de fé e dedicação de Irmã Dulce aos pobres.
A produção associada ao turismo é uma das alternativas para a sustentabilidade do setor de turismo religioso da Osid. Além de uma cafeteria, onde turistas podem fazer fotos sentados em um banco, ao lado de uma escultura de Irmã Dulce, também é possível levar para casa lembranças. Cerca de 90% dos itens vendidos na loja do memorial, a exemplo de camisetas e imagens, são produzidos por empresas e artesãos baianos.