Um dos espaços de grande importância histórico-cultural de Salvador, existente desde o início da colonização do Brasil por Portugal, a praça do Terreiro de Jesus (foto) está localizada no coração do Centro Histórico da cidade, no Pelourinho. Está inserido em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e considerada Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1985 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Inspiração – A última intervenção importante feita na praça do Terreiro de Jesus ocorreu no início da década de 1950, em reforma idealizada pelo arquiteto paisagista Burle Marx, caracterizada pela repaginação do piso com formas orgânicas e sinuosas, plantio de novas espécies, inserção de bancos ao redor das árvores, manutenção do chafariz e de algumas espécies arbóreas pré-existentes.
Ao longo do tempo, o Terreiro de Jesus sofreu diversas descaraterizações, com a supressão e/ou modificação de elementos urbanísticos e paisagísticos. O projeto atual, coordenado pela Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF) e desenvolvido pelo escritório A&P Arquitetura e Urbanismo, consiste no resgate da proposta de Burle Marx com as atualizações funcionais e paisagísticas necessárias para os tempos atuais.
“Todas as obras da Prefeitura têm o objetivo de gerar emprego e renda para a população. Queremos atrair recursos para o Centro Histórico da cidade, que é o coração de Salvador e daqui irradia energia para toda a capital. Hoje é um dia histórico para esta cidade. E nós temos a capacidade de resolver problemas de Salvador. Aqui, no terreiro, recuperamos a pavimentação, as pedras, os jardins e o monumento em homenagem à deusa Ceres. Trabalhamos na iluminação para que tudo ficasse alinhado ao ambiente de um dos lugares mais bonitos do mundo”, afirmou Bruno Reis.
Foram executadas as seguintes intervenções:
* Recuperação do desenho de piso proposto por Burle Marx, com adequações pontuais quanto à paginação e especificações de materiais. Foi utilizada a pedra portuguesa (preta e branca), seixo rolado preto, faixa de granilite com conchas molusco “chumbinho”;
* O chafariz foi restaurado pela Fundação Gregório de Matos (FGM);
* Reintrodução do canteiro de formas sinuosas com planto de espécies herbáceas e arbustivas, seguindo o projeto original;
* Resgate da massa arbórea proposta originalmente, proporcionando considerável aumento de área sombreada na praça;
* Remoção das rampas existentes e introdução de novas rampas curvas nas esquinas da praça, permitindo acessibilidade mais próxima às linhas de fluxo de pedestres;
* Limpeza visual de todo o espaço com a remoção de postes, quadros de energia, cabeamentos aéreos, placas de sinalização e outros elementos arquitetônicos ou de sinalização;
* Implantação de nova iluminação cênica e pública, buscando minimizar o impacto visual e valorizar os elementos da praça;
* Atualização do mobiliário urbano, com a inserção de bancos em granito e lixeiras metálicas.
Anos se passaram e a beleza do lugar continua chamando atenção de soteropolitanos e turistas, especialmente por ser a única praça do Brasil que está inserida em um conjunto arquitetônico onde há igrejas seculares ao seu redor: Catedral Basílica, Igreja da Ordem Terceira de São Domingos, Igreja de São Pedro dos Clérigos e Igreja e Convento de São Francisco, além da primeira Faculdade de Medicina do país.
Outros destaques são as inéditas obras de revitalização que estão em andamento na Avenida Sete de Setembro e Praça Castro Alves e no Mercado de São Miguel (Baixa dos Sapateiros). A Prefeitura vai requalificar ainda os terminais rodoviários da Barroquinha e do Aquidabã. A revitalização da Rua Cônego Pereira já está em andamento.
A lista de ações ainda contempla a requalificação da muralha do frontispício e dos arcos da Ladeira da Montanha, que terão ordem de serviço em breve, além da implantação do Museu da Música e do Arquivo Público Municipal, a serem instalados no Comércio.
Fomento à ocupação – Além de intervenções urbanísticas, a gestão municipal tem investido em equipamentos e atrações culturais para incentivar o movimento de pessoas no Centro Histórico o ano inteiro, a exemplo da Casa do Carnaval e do projeto Pelourinho Dia e Noite.