As quatro principais empresas aéreas brasileiras (Latam, Gol, Azul e Avianca) tiveram um prejuízo acumulado de R$ 1,93 bilhão em 2018, correspondente a uma margem líquida negativa de -4,7%. Em 2017, o resultado líquido havia sido de R$ 411 milhões positivos, com margem líquida de 1,2%. Os números fazem parte do relatório das Demonstrações Contábeis das Empresas Aéreas, divulgado hoje pela Anac.
Considerando apenas os dados do quarto trimestre de 2018, as empresas também pioraram o seu desempenho na comparação com o mesmo período do ano anterior. De outubro a dezembro de 2018, o setor registrou lucro de R$ 107 milhões, ante lucro de R$ 492,5 milhões no mesmo período de 2017.
No acumulado de 2018, apenas a Azul teve lucro líquido positivo, de R$ 170,2 milhões. Avianca, Gol e Latam, juntas, registraram prejuízo da ordem de R$ 2,1 bilhões. A Gol foi a empresa com maior prejuízo, com R$ 1,1 bilhão, seguida pela Avianca, com R$ 491,9 milhões, e pela Latam, com R$ 442,8 milhões.
A receita operacional líquida agregada das quatro empresas, no acumulado do ano, cresceu 15,3% em relação ao mesmo período de 2017, com registro de R$ 40,7 bilhões. Os custos dos serviços prestados apresentaram aumento de 25,2%, no total de R$ 35,9 bilhões. Desta forma, com o incremento dos custos dos serviços prestados em percentual maior do que o crescimento da receita operacional líquida, o lucro bruto das quatro empresas, conjuntamente, caiu 28%, passando de R$ 6,5 bilhões em 2017, para R$ 4,7 bilhões em 2018.
A receita operacional do quarto trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017, registrou aumento de 13,9%. O valor passou de R$ 9,8 bilhões para R$ 11,1 bilhões. Já os custos dos serviços prestados tiveram incremento de 26,6% no 4º trimestre de 2018 em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 9,7 bilhões, causando, desta forma, uma queda de 32% no lucro bruto.
Os itens com maiores impactos entre os custos e despesas de 2018 foram o combustível, com 32,6%, seguido por arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, com 19,6%, e custos de pessoal em geral, com 15,5%. No acumulado de 2018, o custo com o combustível atingiu o maior nível dos últimos quatro anos analisados.
O EBIT (lucro antes de juros e impostos) das empresas aéreas piorou no acumulado de 2018 quando comparado com o mesmo período de 2017, de R$ 1,45 bilhão para R$ 296,2 milhões. O resultado financeiro acumulado em 2018 apresentou piora de 39,1% quando comparado com o ano anterior, com prejuízo de R$ 2,19 bilhões, ante prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2017.
CENÁRIO MACROECONÔMICO
Responsável por mais de 30% dos custos e despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo, o preço do combustível de aviação (QAV), na média anual, foi 37,3% maior em 2018 que no mesmo período de 2017. No ano passado, o valor médio mensal do litro do combustível oscilou entre R$ 1,84 e R$ 2,64. Um ano antes, a variação foi de R$ 1,60 e R$ 1,81 por litro.
A taxa de câmbio do real frente ao dólar também manteve sua tendência de aumento em relação aos números apurados para cada mês em 2017. O câmbio (R$/US$), na média do último trimestre do ano, foi 17,3% superior ao verificado no mesmo período em 2017. Esse indicador tem forte influência nos custos de combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, em conjunto, representam cerca de 50% das despesas dos serviços aéreos. Fonte: Panrotas.