Companhias aéreas rejeitam ecotaxa francesa

As companhias aéreas representadas pela associação Airlines For Europe (A4E) estão contra a ecotaxa que França vai começar a cobrar em todos os voos com saída de território francês, a partir de 2020, e consideram que os impostos não são solução, já que “os governos criam ecotaxas mas não gastam um único cêntimo para tornar a aviação mais sustentável”, segundo Willie Walsh, CEO do IAG Group, holding que detém a British Airways, a Iberia e a Vueling.

De acordo com o jornal espanhol Hosteltur, a posição das companhias aéreas foi anunciada esta quarta-feira, durante uma conferência de imprensa da A4E, em Bruxelas, que juntou os CEO do IAG Group, Willie Walsh, o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, a CEO da Brussels Airlines, Christina Foerster, e o diretor geral da A4E, Thomas Reynaert.

Durante a conferência de imprensa, os responsáveis asseguraram que as maiores companhias aéreas da Europa gastaram, este ano, mais de cinco mil milhões de euros em impostos ambientais, verba que, segundo as transportadoras, poderia ter sido canalizada para apoiar os esforços de “descarbonização” da indústria da aviação.

Da verba paga pelas companhias aéreas, cerca de 590 milhões de euros correspondem ao ETS, o sistema de comércio de emissões da União Europeia, o que representou um aumento de 59% face ao ano anterior.

As companhias aéreas frisam que aderiram a este sistema de comercialização de emissões logo em 2013 e lembram que “a aviação é o único setor dos transportes que participa no ETS”, além de outras medidas que as próprias transportadoras têm vindo a introduzir para reduzir os níveis das suas emissões e nas quais vão ser investidos mais 169 mil milhões de euros até 2030.

A aquisição de aviões mais eficientes, a produção de combustível sustentável e o plano CORSIA, das Nações Unidas, que compromete a indústria com um crescimento sem emissões poluentes, são algumas das iniciativas a que as companhias aéreas se têm vindo a associar para tornar o futuro da indústria mais sustentável.

“A afirmação de que as companhias aéreas não pagam impostos ambientais é completamente falsa”, acrescentou Michael O’Leary, que também marcou presença na conferência de imprensa, considerando que os impostos como o que França anunciou esta semana apenas “minam a competitividade da União Europeia e distorcem os fluxos de tráfego”, afetando especialmente os estados mais periféricos e insulares, como é o caso de Portugal.

Já Thomas Reynaert, diretor geral da A4E, considerou que “os responsáveis políticos da União Europeia perderam uma oportunidade para reduzir as emissões da aviação ao não reformarem o céu europeu e ao não tornarem os combustíveis sustentáveis mais disponíveis, em vez de introduzirem novos impostos que não contribuem em nada para que voar seja mais sustentável”.

“Os governos da União Europeia deveriam reconhecer e apoiar as iniciativas de sustentabilidade das companhias aéreas, com melhores oportunidades de investigação e desenvolvimento”, acrescentou o diretor geral da A4E.

Recorde-se que a ministra dos Transportes francesa, Elisabeth Borne, anunciou esta terça-feira, 9 de julho, que o país passaria, em 2020, a cobrar uma ecotaxa em todos os bilhetes de avião para voos à partida de território francês, cujo valor varia entre os 1,5 e os 18 euros.

A A4E é uma associação de companhias aéreas europeias, que conta com 15 membros –  Aegean, airBaltic, Air France-KLM, Cargolux, easyJet, Finnair, Icelandair, International Airlines Group (IAG), Jet2.com, Lufthansa Group, Norwegian, Ryanair, TAP Air Portugal, Smartwings y Volotea – e que representa mais de 70% dos voos realizados em toda a Europa.

*Fonte: Publituris

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