Os aeroportos espanhóis tiveram 2,58 milhões de passageiros de voos de/para Portugal no primeiro semestre, o que representa um aumento em 14,8% ou 332,7 mil, para o qual a TAP, que já teve a liderança clara deste mercado, teve um contributo de apenas 2,5%, porque praticamente estagnou.
Dados da AENA, gestora dos aeroportos espanhóis, recolhidos pelo PressTUR indicam que apesar do forte aumento de tráfego entre os dois países ibéricos, a TAP teve um aumento em apenas 0,9% ou 8,3 mil passageiros.
A companhia portuguesa, de acordo com esses dados, transportou de/para Espanha 936,3 mil passageiros, o que lhe dá uma quota de mercado de 36,2%, menos cinco pontos que no primeiro semestre de 2018.
A informação a que o PressTUR teve avesso revela que em todos os meses do primeiro semestre os aeroportos espanhóis tiveram aumentos de passageiros de voos de/para Portugal a dois dígitos, entre 10,8% em Janeiro e 18,9% em Junho, mas o melhor que a TAP teve foram subidas de 8,5% ou 12,7 mil em Março e de 3,4% ou 5,7 mil em Junho, além de que registou quedas nos outros quatro meses, as mais forte das quais em 3,4% ou 4,7 mil em Janeiro e em 2,5% ou 4,3 mil em Maio.
Os dados a que o PressTUR teve acesso não permitem avaliar que companhias foram os motores do crescimento mais forte do tráfego aéreo entre Portugal e Espanha, mas deixam claro que a TAP perdeu quota de mercado nos dois maiores aeroportos espanhóis.
Em Madrid, onde disputava com a Iberia a liderança em passageiros nos voos de/para Portugal, enquanto o conjunto destas ligações cresceu 11%, somando mais 123,6 mil que há um ano e atingindo um total de 1,25 milhões, a TAP teve aumento de praticamente zero (+0,03% ou mais 83).
Com 319,7 mil passageiros nas suas ligações com Portugal, a TAP teve uma queda da sua quota de mercado em 2,8 pontos, para 25,5%.
No Aeroporto de Barcelona, apesar de se manter líder das ligações com Portugal, a TAP perdeu 2,7 pontos de quota de mercados, baixando para 41,3% do total de passageiros que voaram de/para aeroportos portugueses.
Essa quebra decorre de os voos entre Barcelona e Portugal terem registado crescimento médio no primeiro semestre em 16,6%, representando um aumento de 116,9 mil passageiros, para 818,8 mil, mas a TAP ter crescido apenas 9,5%, significando um aumento de 29,4 mil passageiros, para 338,1 mil.
O quadro de desempenhos da TAP aquém do mercado foi extensivo a rotas com menor peso no tráfego total, de acordo com os dados consultados pelo PressTUR.
A informação indica que enquanto o aeroporto de Alicante teve um aumento de passageiros em voos de/para Portugal em 57,1% ou 11,1 mil, totalizando 30,57 mil, o crescimento da TAP foi de 10,4% ou dois mil, para 21,3 mil.
Pior foi ainda a evolução em Bilbau, que teve um aumento de passageiros de voos de/para Portugal em 46,3% ou 20,9 mil, para 66 mil, enquanto a TAP teve uma quebra em 5,4% ou dois mil, ficando em 36 mil.
Já no Aeroporto de Gran Canária, que depois de Tenerife, para onde a TAP começou a voar em Junho, é a mais recente ‘rota espanhola’ da companhia portuguesa, a TAP teve um aumento de passageiros em 12,1% ou quatro mil, somando 37,8 mil, mas ainda assim o conjunto de ligações de Gran Canária com Portugal teve uma queda de passageiros em 0,3%, para 56,5 mil.
Mas esta foi a única rota onde a TAP liderou o crescimento no primeiro semestre, pois quer em Málaga, quer em Sevilha, quer em Valência teve crescimentos inferiores aos do mercado.
Em Málaga os voos de/para Portugal transportaram no primeiro semestre +29,5% ou mais 14,4 mil passageiros que no período homólogo de 2018, totalizando 63,3 mil, mas a TAP teve um aumento de apenas 0,8% ou cerca de 390, para 46,6 mil.
Em Sevilha, enquanto o crescimento do mercado foi em 53,8%, significando um aumento de 33,9 mil passageiros, para 97 mil, a TAP teve um aumento de apenas 2,9% ou 1,8 mil, para 64,8 mil.
Em Valência, terceiro maior aeroporto espanhol para a TAP em número de passageiros, a companhia teve o mais forte crescimento do semestre em ligações com Espanha, com um aumento de passageiros em 15,6% ou 9,1 mil, totalizando 67,6 mil, mas ainda assim aquém do crescimento no conjunto dos voos de/para Portugal, que foi de 27% ou 24,3 mil, atingindo um total de 114,3 mil.
Os dados consultados pelo PressTUR permitiram concluir que no primeiro semestre de 2018 a TAP era a única operadora de voos regulares para Portugal em alguns destes aeroportos, como Alicante, Málaga e Sevilha, onde tinha quotas de mercado de 99,2%, 94,7% e 99,9%, respectivamente, no primeiro semestre deste ano baixou para 69,7% em Alicante, 73,7% em Málaga e 66,8% em Sevilha, onde teve a maior queda de quota do semestre, em 33,08 pontos.
Mas mesmo em Bilbau a TAP teve uma forte queda da quota de mercado, ao baixar 29,8 pontos, para 54,6%, pelo que o único caso em que teve aumento de quota foi Gran Canária, em 7,4 pontos, para 66,9%.
A evolução da TAP foi penalizada também pelo abandono de três rotas (A Coruña, Astúrias e Vigo), as quais no entanto eram também a aquelas que menos contavam para o seu tráfego total.
*Fonte: PressTur