Inicialmente, apenas 13 candidaturas haviam sido aprovadas pelo júri nacional, mas uma praia conseguiu entrar na lista após apresentar recursos. Entre as 14 candidatas, há duas praias que já tiveram o título e foram desclassificadas e oito já estão certificadas. Quatro praias buscam obter a candidatura pela primeira vez, incluindo a primeira praia cearense da lista.
O Instituto Ambientes em Rede, que organiza a seleção no Brasil, prefere não revelar o nome das praias candidatas antes da decisão do júri internacional. Coordenadora do programa, Leana Bernardi diz que o objetivo principal é promover mudanças de comportamento na população, por meio de ações de educação ambiental.
“Os candidatos têm que promover ações de educação e de informação, com sinalização na praia e atividades com os usuários e as comunidades”, explica Leana. “Muitos municípios colocam tendas na praia, reúnem as crianças e promovem atividades lúdicas. E fazem abordagem direta aos banhistas.”
Os critérios são divididos em quatro temas principais: a qualidade da água; a segurança e os serviços, como a presença de guarda-vida, policiamento, passarelas; a gestão ambiental, como o manejo sustentável de resíduos; e a educação ambiental. Se aprovadas, as praias devem hastear a bandeira azul do programa a partir de novembro, e manter informações educativas à disposição dos banhistas.
Certificadas
O Brasil chegou a ter nove praias certificadas no início do verão passado, mas a Praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, Santa Catarina, não conseguiu manter o nível de excelência da qualidade da água e perdeu o título ao longo deste ano. Outra praia que tinha sido certificada e ficou de fora da lista foi a Prainha, na zona oeste do Rio de Janeiro, que não enviou toda a documentação necessária para manter a certificação.
Estão na lista atualmente a Praia Grande de Caravelas, em Governador Celso Ramos, a Praia do Estaleirinho e a Praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú, a Praia de Piçarras, em Balneário Piçarras, e a Praia da Lagoa do Peri, em Florianópolis, em Santa Catarina; a Praia do Tombo, no Guarujá. e,m São Paulo; a Praia de Ponta Nossa Senhora, em Salvador; e a Praia do Peró, em Cabo Frio, Rio de Janeiro.
A predominância das praias de Santa Catarina na lista pode ser explicada pelo maior contato entre os gestores dos municípios catarinenses e o Instituto Ambientes em Rede, que organiza a certificação no Brasil. A organização não governamental (ONG) é sediada em Santa Catarina, onde tem mais possibilidades de divulgar o programa e convidar as cidades a inscreverem suas praias.
O certificado Bandeira Azul começou na França na década de 1980, criado pela Foundation for Environmental Education (Fundação pela Educação Ambiental, em tradução livre) e somente a partir de 2001 passou a certificar praias e marinas de fora da Europa. Atualmente, 4,5 mil praias, marinas e barcos de turismo de 45 países estão certificados. No Brasil, além das oito praias, há cinco marinas certificadas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, Guarujá e Ubatuba, em São Paulo, e Florianópolis e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Além da certificação internacional, o programa promove uma fase piloto, em que as praias e marinas iniciam sua caminhada para se adaptar aos critérios. Entre elas estão a Praia da Reserva, no Rio de Janeiro, e a Praia de Guarajuba, em Camaçari, na Bahia.
O júri internacional é formato por representantes de instituições de peso, como a Organização Mundial da Saúde, a Organização Mundial de Turismo e o Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente. No Brasil, os Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo participam do júri nacional, além da Secretaria de Patrimônio da União, da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente e outras entidades e ONGs que tratam de sustentabilidade e segurança nas praias.