A Azul, companhia de aviação brasileira fundada e presidida por David Neeleman, também acionista de referência da TAP, reduziu de 20% – 25% para 10% – 15% a projeção de expansão este ano da capacidade em voos internacionais, de que as ligações com Lisboa e Porto são as únicas para a Europa.
Esta redução, que tem como contrapartida um aumento da capacidade em ASK (passageiros x quilómetros voados) no doméstico de 16% – 18% para 23% – 25%, é explicada pelo seu CEO, John Rodgerson, explica que essa já foi a aposta no segundo trimestre porque a estratégia é “sempre optimizar nosso plano de capacidade”.
Assim, acrescenta, “durante o 2T19, reduzimos nosso crescimento de capacidade internacional, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossa presença nos mercados domésticos, onde há maior potencial de aumento de rentabilidade”.
E de facto a companhia acelerou o crescimento de receitas, de 16% no primeiro trimestre para 31,3% no segundo, com aumentos de 30,5% nas receitas de passagens (15,3% no primeiro trimestre) e de 47% em carga e outras receitas (34,3% no primeiro trimestre).
A companhia indicou que, assim, teve um aumento da receita líquida no primeiro semestre em 23,3%, totalizando 5.159,7 milhões de reais (1.165,5 milhões de euros), com aumentos de 22,5% em receitas de passagens, para 4.922,1 milhões de reais (1.111,8 milhões de euros), e de 40,9% em carga e outras, para 237,6 milhões de reais (53,6 milhões de euros).
Os dados publicados pela Azul evidenciam que o crescimento da receita se deu por crescimento do tráfego (em RPK, passageiros x quilómetros voados) em 18,4%, bem como um aumento yield (receita por quilómetro voado) em 3,5%.
A mesma informação permite ver ainda que o aumento da receita reflecte além desse aumento do yield um ganho de taxa de ocupação, que subiu 1,8 pontos, para 83%, permitindo-lhe ter um aumento em 5,8% da receita média por lugar voado um quilómetro.
Para os custos e despesas operacionais, a Azul declarou um aumento no semestre em 24,1%, para 4.484,2 milhões de reais (1.012,9 milhões de euros), que leva a que a margem operacional (resultado operacional ou EBIT por receitas totais) caia 0,6 pontos, para 13,1%, mas mantendo lucro operacional e em alta de 17,8%, para 675,5 milhões de reais (152,59 milhões de euros).
A quebra da margem operacional é explicada pelas subidas, entre outras, dos encargos com combustíveis (+26,5%), remuneração do pessoal (+28,2%), amortizações e provisões (+26,4%), comerciais e publicidade (+23,7%), outros arrendamentos mercantis (+86,4%) e outras despesas operacionais líquidas (+31,9%).
Ainda assim, a companhia saiu de prejuízo líquido de 619,1 milhões de reais (139,8 milhões de euros) no primeiro semestre de 2018, para um lucro líquido de 483,2 milhões de reais (109,15 milhões de euros) no primeiro semestre deste ano, beneficiando, nomeadamente, das variações monetárias e cambiais, que lhe causaram há um ano uma perda de 1.192,5 milhões de reais (269,37 milhões de euros) e este ano proporcionaram um ganho de 109,9 milhões de reais (24,8 milhões de euros).
Fonte: Presstur