O alojamento turístico português viu-se mais uma vez confrontado em Junho com um maior afluxo de turistas estrangeiros que não se traduz na mesma proporção em dormidas, porque a estada média cai desde pelo menos 2013, tendo pela primeira vez sido inferior às três noites.
Os dados publicados hoje pelo INE mostram que a estada média dos turistas residentes no estrangeiro foi este Junho de 2,98 noites, quando ainda em 2013 estava acima das 3,5.
Desta forma, embora o número de clientes residentes no estrangeiro tenha aumentado 7,4% em Junho, as suas pernoitas aumentaram apenas 3,2%, atingindo ainda assim um novo recorde de 4,985 milhões.
O mercado com a queda mais forte da estada média foi o Reino Unido, com um decréscimo em 6,3%, que, assim, embora tendo registado um aumento do número de turistas em Portugal em 5,4%, em dormidas até teve uma queda em 1,3%, mantendo-se ainda assim o único emissor internacional com mais de um milhão de dormidas (1,092 milhões).
As outras quedas mais fortes de estada média foram dos turistas residentes nos Países Baixos (-6%), Espanha (-4,6%), Irlanda (-4,3%), Alemanha (-3,3%).
A queda da estada média é um fenômeno geralmente interpretado como reflexo de estratégias dos turistas para conter os encargos com viagens, seja para enfrentar subidas de custos seja para multiplicarem as deslocações.
Em Portugal, os dados do INE indicam que de facto o que mais sobe é o preço do alojamento turístico, que o Instituto indicou ter tido um aumento em Junho do preço médio das diárias em 6,2%, para 96,8 euros, liderada pelas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, com aumentos respectivamente em 8,1%, para 124,1 euros, e em 7,5%, para 90,9 euros.
Para o Algarve, maior região turística país, em especial na época estival, o INE indica um aumento da tarifa média diária este Junho em 5,7%, para 100,7 euros, o que ainda fica abaixo dos 103,1 euros de Junho de 2017.
Fonte: Presstur