Por Lucas Rezende, G1
O estudo de capacidade de ocupação de Fernando de Noronha será refeito pela administração da ilha e pelo governo de Pernambuco. Eles já abriram processo de licitação para escolha da empresa responsável.O administrador de Noronha disse ao G1 que, com isso, será possível verificar se os limites turísticos atuais, baseados em dados de 15 anos atrás, ainda são coerentes com a realidade ou precisam aumentar ou diminuir.E também servirá para avaliar a possibilidade de receber mais cruzeiros, um assunto que também tem sido discutido, internamente, nos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente.
Navios barrados
Atualmente, o número máximo de turistas que podem chegar à ilha de avião é de 246 por dia.A chegada em cruzeiros não tem um limite diário, mas apenas três foram autorizados desde 2018. A administração de Noronha não informou quantos turistas estavam a bordo em cada um, mas disse que eram embarcações internacionais com poucos passageiros.Em março deste ano, um navio tentou parar na ilha, mas, segundo a administração local, não foi liberado por conta do elevado número de turistas previsto para transportar. A empresa responsável previa entre 340 e 600 lugares.Aumentar esse número perpassa justamente pela capacidade de carga que entrará em revisão.
Os cruzeiros precisam ficar num ponto afastado da costa e contam com um barco de transporte até o porto, onde os turistas passam por controle migratório e fazem o pagamento de taxas.
Desafio para a infraestrutura
A entrada de turistas e a autorização de grandes embarcações esbarram no impasse ambiental por qual passa a ilha: a quantidade atual, ainda que limitada, tem colocado em teste a infraestrutura e a preservação de Noronha.
Mesmo com a restrição e a cobrança de taxas, em 2018 foram recebidos mais de 100 mil turistas, um recorde.
O plano de manejo – documento obrigatório em unidades de conservação e que serve para estabelecer normas de uso da ilha – prevê uma média de 89 mil visitantes por ano.
Sem prazo para ser concluído, o estudo técnico do governo de Pernambuco e da administração de Noronha levará em conta fatores da infraestrutura, como água, energia elétrica e tratamento de esgoto.
No ritmo atual, o fornecimento de água foi um problema em julho deste ano. Em todos os bairros houve relatos de problemas com moradores passando mais de 10 dias sem receber água por causa de vazamentos em diversos pontos da rede de distribuição.
Esgoto é outro entrave: apenas 50% das casas de Noronha têm coleta de esgoto. A água é do dessalinizador local ou da chuva, e, com frequência, o racionamento é necessário. Fonte: G1.