Por Berna Farias
Mutá, Salinas das Margaridas, Jaguaripe, Ilha de Maré, Ilha dos Frades. Quantos recantos bonitos da Baía de Todos os Santos você nem conhece ou só conhece de ouvir falar? O turismo náutico na maior baía do Brasil e segunda maior do mundo ainda é pouco explorado e roteiros mais acessados pelos turistas, como Ilha dos Frades, são cumpridos em escunas em passeios montados por agências, com dezenas de pessoas a bordo e distrações como grupos de samba ou pagode.
A boa notícia é que há alternativa. Barcos de menor porte, como veleiros, fazem roteiros badalados, mas também aqueles menos conhecidos mas não menos encantadores em um clima, digamos, mais intimistas. São embarcações voltadas para um turismo diferenciado, transportando grupos pequenos em um ambiente agradável, aliando segurança, conforto, tranquilidade e apreciação da natureza, sem abrir mão da alegria e diversão. São os chamados charters de veleiro.
Um deles é o veleiro Avoante ( foto), um Velamar 33 seguro e confortável, especializado em passeios para eventos como regatas e festivais nas ilhas da Baía de Todos os Santos, mas que também realiza passeios de apenas um dia por lugares como Ilha de Maré, Ilha de Itaparica e Porto da Barra e travessias mais longas de dois dias ou mais para lugares como Jaguaripe, Maragogipe, Porto de São Paulo, Ilha dos Frades e Barra Grande de Camamu, estes com pernoite a bordo.
Yoga ao pôr-do-sol
No Avoante também é possível montar pacotes para feriados como Carnaval e Independência ou mesmo eventos de caráter privado e não necessariamente turísticos, como retiro e yoga, em grupos de até cinco pessoas, explica o comandante Jandir Freitas Gomes Júnior. “O Retiro de Yoga e Vela, que realizamos duas vezes no ano passado, foi um charter, partindo da Ribeira para a ilha de Barra Grande, em Itaparica, com duração de dois dias, com hospedagem em um village em frente ao mar, com aulas de yoga e meditação”.
Outro passeio semelhante foi para Jaguaripe, cidade do Recôncavo Baiano, pequena mais cheia de história e encanto, um lugar paradisíaco.
“Lá, o grupo fez práticas de yoga na beira do rio Paraguaçu, curtindo o amanhecer e apreciando um belíssimo pôr-do-sol”, descreve Júnior. Os passeios mais longos, a exemplo dos arquipélagos de Abrolhos, na Bahia, e de Fernando de Noronha, em Pernambuco, são feitos a bordo de outro veleiro, o Sem Fim, um Bruce Farr 38, mas igualmente em pequenos grupos.
Equipado para velejar pelo mundo, sob comando do capitão amador mas já experiente Raimundo Teixeira e apoio do comandante Jandir Júnior como tripulante, o Sem Fim vem fazendo charters para lugares como Abrolhos e Fernando de Noronha e prepara outras velejadas oceânicas pelo Atlântico Norte: um dos destinos visados é o Caribe.
A próxima velejada é na Refeno, a Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha (foto), que realiza sua 31ª. edição em outubro deste ano.
A Refeno terá sua largada ao meio-dia do dia 12 de outubro no Marco Zero, em Recife, com previsão de chegada em Noronha na madrugada do dia 14. Os passageiros no Sem Fim, restritos a três pessoas além do capitão e seu tripulante apoiador, participarão das comemorações da chegada e terão quatro dias para explorar as belezas exuberantes de Fernando de Noronha, velejando depois de volta a Recife, onde poderão permanecer ou regressar a Salvador no veleiro ou em outro meio de transporte.
O Avoante participa da famosa regata Salvador/Maragogipe e o Sem Fim, que navega por toda a costa brasileira, de eventos como a Refeno, que reúne dezenas dessas embarcações rumo ao icônico arquipélago de Fernando de Noronha. Quem fica em terra aprecia o espetáculo das velas fazendo-se ao mar, mas quem navega experimenta prazeres além dessa contemplação e tem uma certeza: velejar é preciso!
Fotos: Divulgação