Por Luís Canto
Os clássicos a rodar na estrada à beira-mar, a música a escapar pelas janelas dos bares e uma história para contar em cada praça, assim fomos recebidos em Havana, para uma despedida que deixou vontade de regressar.
Depois de quase cinco horas de viagem desde Cayo Ensenachos, é impossível combater a sedução do Malecón, uma avenida à beira-mar onde pescadores, grupos de amigos e casais ficam a ver as ondas bater na muralha. Do outro lado da estrada, palacetes antigos encantadores, uns recuperados e outros com uma inexplicável beleza decadente.
Mas é no coração do centro histórico da capital cubana que encontramos a nossa base para descobrir a cidade, o emblemático Iberostar Parque Central, com vista para o Capitólio a partir do terraço e de alguns quartos.
De um lado do hotel está uma avenida para caminhar à sombra das árvores chamada Paseo del Prado, e do outro, a vibrante Calle Obispo, recheada de lojas e cafés. Em frente, o Capitólio.
Seguindo para a Calle Obispo encontramos o Floridita, um dos bares mais conhecidos da cidade, onde paramos para ouvir a música ao vivo enquanto saboreamos um delicioso Daiquirí, tão apreciado pelo escritor norte-americano Ernest Hemingway quando viveu em Havana, nos anos 1940.
Ali perto ficamos a conhecer dois ícones da revitalização da capital cubana, os hotéis Iberostar Grand Packard e Gran Hotel Manzana Kempinski, dois edifícios históricos convertidos em hotéis modernos, de design sofisiticado e com vistas incríveis sobre o centro histórico.
Partimos então à descoberta das praças mais emblemáticas de Havana, um dos roteiros mais procurados na cidade, terminando a Plaza de la Catedral, onde podemos ver um conjunto homogêneo de edifícios de estilo barroco.
Junto à Catedral está outro dos mais conhecidos bares da cidade, a Bodeguita del Medio. O som de guitarras, contra-baixo, congas e vozes invade as ruas, enquanto no balcão enchem-se e esvaziam-se Mojitos, também estes celebrizados por Ernest Hemingway.
Para a despedida, um passeio em carros clássicos para conhecer outros bairros além do centro histórico, como Vedado, com as suas construções dos anos 1950, e Miramar, com as suas avenidas largas e palacetes com jardim.
Entre os carros clássicos mais comuns estão os americanos Chevrolet, Buick, Ford e Plymouth ou os russos Volga e Lada, relíquias que ilustram um momento crucial na história de Cuba: após o triunfo da revolução em 1959 foram nacionalizadas refinarias detidas por norte-americanos e os Estados Unidos impuseram a Cuba um embargo comercial, econômico e financeiro. Proibidos de fazer importações, só com muito engenho conseguiram manter estas máquinas em funcionamento ao longo de quase seis décadas.
Havana foi a última paragem depois de 1.600 quilômetros pelas estradas de Cuba, em quase 24 horas de autocarro ao longo de dez dias. Não havia melhor cidade para a despedida, mas também não havia melhor cidade para nos fazer querer voltar.
*Fonte: PressTUR, que viajou a convite do Ministério de Turismo de Cuba.