Desde meados desta década, o mercado vem sofrendo com aumentos expressivos na cotação do dólar. A situação resulta, consequentemente, em queda no fluxo de turistas para destinos impactados pela oscilação cambial. Viajar, no entanto, não deixou de fazer parte da cultura dos latino-americanos – inclusive os brasileiros – que, além de apostar no turismo doméstico, decidiram explorar mais os atrativos de países vizinhos.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em 2017, demonstra o acréscimo de 28,5% de viajantes do Brasil embarcando para a região. Este crescimento no fluxo de turistas da América do Sul também foi comprovado em uma pesquisa da Organização Mundial de Turismo (OMT), divulgada em 2018. De acordo com a análise, a América do Sul contou com acréscimos de 8% na chegada de visitantes – o dobro do que foi registrado pela América do Norte no mesmo período –, totalizando 36,7 milhões de turistas, em comparação a 2016.
Além disso, houve aumento de 2% na receita gerada pelo setor em 2017, frente ao ano anterior, chegando a US$ 29,2 bilhões. “Na América do Sul, o crescimento se manteve contínuo em 2017. Viagens de saída da Argentina e a recuperação do Brasil alimentou o crescimento nos destinos vizinhos. A elevação de dois dígitos nas chegadas foi registrada no Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai”, analisa o estudo da organização.
Entre os países que mais se destacaram no período, estão Argentina, que recebeu 6,7 milhões de turistas durante o ano, seguido pelo Brasil, que ficou logo atrás com 6,5 milhões, e Chile, com 6,4 milhões. Marx Beltrão que, naquele período, ocupava o cargo de ministro de Turismo, avaliava o cenário como oportuno e otimista para ações turísticas brasileiras em união com esses países, fortalecendo, assim, a aliança com Argentina e Paraguai.
“Os dados comprovam um crescente interesse pelo continente e seus variados atrativos. Além do Brasil + Turismo, pacote de medidas para fortalecer o setor de viagens, temos discutido com países vizinhos a promoção conjunta de destinos no exterior e a implementação de ações que facilitem a circulação de visitantes pelos países do Mercosul”, detalha.
No ano passado, o crescimento se mostrou mais tímido, chegando a 3,2%. No entanto, vale lembrar que ainda se trata de uma taxa relevante, dado o significativo acréscimo já notado em anos anteriores. Para 2019, a expectativa é que, em âmbito global, o Turismo chegue a crescer entre 3% e 4% e, segundo Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro de Turismo, o Brasil continua no radar deste aumento.
“Nosso trabalho, a partir de agora, é criar recursos para o incremento da competitividade e incentivo à inovação em todas as atividades da cadeia produtiva. Com um novo ambiente de negócios, teremos um mercado de viagens mais acessível, gerando empregos, renda e desenvolvimento”, prevê o profissional.
*Fonte: Brasilturis