Os ataques suicidas que aconteceram no Sri Lanka, durante o domingo de Páscoa em abril, colocaram em ameaça a indústria do turismo local. Entretanto, depois de cinco meses, há uma luz do fim do túnel, como conta Anbarasan Ethirajan, da BBC, em Colombo.
Entre os mortos nos ataques a bomba havia 42 estrangeiros. Nas semanas seguintes ao ocorrido, o número de turistas diminuiu em até 70%.
A recuperação econômica do Sri Lanka, desde maio de 2009, foi uma boa notícia depois de cerca de trinta anos da guerra civil entre o exército e o grupo separatista Tamil Tigers.
Essa melhora ocorreu, em grande parte, graças às praias, montanhas e vida selvagem do país.
Resorts e hotéis espalharam-se rapidamente pela região costeira e por outros pontos turísticos, criando dezenas de milhares de empregos.
No ano passado, o Sri Lanka havia atraído um recorde de 2,2 milhões de visitantes, lucrando o equivalente a 18 bilhões de reais. O guia de viagens Lonely Planet classificou o país como o melhor destino turístico para 2019.
Então, quando os ataques aconteceram, isso pegou a todos de surpresa. Conforme as imagens do massacre e do pesar diante do ocorrido eram transmitidas para o mundo todo, muitos países emitiram alertas de segurança sobre a situação no Sri Lanka. Turistas cancelaram viagens aos montes.
A indústria hoteleira e seus empregados foram alguns dos que mais sofreram com essa crise. As estimativas dão conta de que milhares de funcionários foram considerados “redundantes”, ou não conseguiram renovar seus contratos temporários.
Mas não são apenas os hotéis e suas equipes que sofreram o impacto. Guias turísticos, funcionários de restaurantes e companhias de viagem também foram afetados pela crise inesperada.
Agora, a situação parece melhorar aos poucos, cinco meses depois dos ataques.
Os alertas de segurança foram retirados e o Sri Lanka saiu do estado de emergência. Percebendo o perigo à indústria de turismo, o governo local tomou algumas medidas.
“Hoteleiras que tenham feito empréstimos não precisam pagar o valor obtido nem os juros por um ano. Novos empréstimos têm sido feitos com taxas menores para o capital de giro”, diz Upali Ratnayake, o diretor geral da Autoridade pelo Desenvolvimento do Turismo do Sri Lanka.
Ele afirma que funcionários de hotéis que pediram empréstimos também tiveram direito ao período de carência.
Para atrair mais turistas, o governo ainda concedeu a isenção de taxas de visto para visitantes de mais de 40 países.
Mas o maior incentivo veio da onda de descontos generosos oferecidos por redes de hotéis. Alguns deles diminuíram em até 50% seus preços originais, impulsionando as reservas durante o inverno.
“Exemplos de outros países mostram que podemos demorar de nove meses a até um ano para nos recuperarmos. Mas graças a Deus, talvez nos recuperemos mais rápido”, diz Hiran Cooray, do grupo Jet Wing, que comanda uma rede de resorts e hotéis no Sri Lanka.
Os últimos dados mostram queda na chegada de turistas pelo quinto mês seguido em agosto, chegando a 28% dos valores do ano passado. Por outro lado, o número de visitantes tem aumentado desde maio. Fonte: G1.
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