Fortaleza poderá ter, em até três anos, um navio de cruzeiro baseado na cidade para realizar roteiros pelo Nordeste. A ideia é receber turistas norte-americanos, canadenses, europeus, sul-americanos e brasileiros via modal aéreo e, a partir da Capital, conectá-los a roteiros turísticos pela Região. A informação foi confirmada pelo presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marco Ferraz, que disse ainda já estar negociando com empresas de cruzeiros e com o Estado.
“Para que Fortaleza esteja contemplada, a gente precisa ter um navio. E eu acho que está chegando bem perto de alguém testar isso de novo. Já foi feito um teste em Salvador, com roteiros pelo Nordeste. Mas o navio não encheu”, diz.
No entanto, segundo Ferraz, a não exigência de visto para norte-americanos e canadenses e a demanda de europeus por cruzeiros podem resgatar esta estratégia, mas, dessa vez, em Fortaleza.
“Um voo vindo da Europa ou dos Estados Unidos tem seis ou sete horas. Por que não ir para Fortaleza e pegar um navio? A gente vem falando com empresas sobre essa possibilidade. Eu estive com o secretário do Turismo, Arialdo Pinho, e ele está totalmente aberto a várias possibilidades para viabilizar a ida de uma empresa para Fortaleza. Eu acho que é uma questão de tempo até dar certo”, revela.
Trabalhando com foco nas estratégias do setor, Ferraz projeta que em até três anos isso seria possível. “Todo mundo se organiza com, pelo menos, dois anos de antecedência. Então quer dizer que os próximos dois anos já estão organizados. É para daqui a três anos”, estima. A ideia, segundo o executivo, é o turista chegar por Fortaleza, ficar dois dias na cidade e só depois fazer um roteiro em um cruzeiro pelo Nordeste.
“Por que não ir para o Nordeste e ficar duas noites em Fortaleza? Faz um roteiro, volta para a cidade, fica mais uma ou duas noites e depois vai para São Paulo, por exemplo”, explica.
Conforme Ferraz, para esta temporada, a Capital espera receber 10 navios entre escalas e cabotagem. “Hoje, um navio que vem para a temporada escolhe um porto do Nordeste para fazer a primeira escala e entrar no País. Eles escolhem entre Fortaleza, Recife e Salvador. A maioria vem da Europa. Quando começa a esfriar na lá, eles vêm para o Brasil”.
Desafios
Ainda se reestruturando após os últimos anos de crise, o setor de cruzeiros no País vai aos poucos recuperando passageiros e número de navios. Segundo Ferraz, o Brasil deverá receber oito navios estrangeiros durante a temporada 2019/2020, um a mais na comparação com a temporada anterior. Para conseguir dar fôlego ao setor, o executivo diz que é preciso reduzir os custos de operação no País.
“O Brasil é 40% mais caro do que a média mundial. A gente precisa ter mais infraestrutura nos portos, com logística em ordem. Também temos uma regulação muito excessiva”, pontua.
Fonte: Diário do Nordeste