População se mobiliza para participar da limpeza de óleo das praias de Salvador

O trabalho diário de limpeza das manchas de petróleo que atingem as praias da capital baiana desde o último dia 10, realizado pela Prefeitura através da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), tem atraído também a colaboração da sociedade civil. Voluntários formados por diversos perfis – surfistas, estudantes, comerciantes, pescadores, esportistas e demais cidadãos preocupados com a natureza – se mobilizam para minimizar os efeitos do material no bioma marinho. Até o momento, 90 toneladas de material foram retiradas pelo órgão de limpeza em 15 praias e mais de 400 agentes estão envolvidos na operação.

Poder público e cidadãos soteropolitanos atuam na limpeza das praias atingidas por manchas de óleo.  Foto: Max-Haack/Secom-PMS

Diariamente, as mobilizações são divulgadas pelas redes sociais e os grupos atuam geralmente nos locais mais atingidos pelo petróleo. Por exemplo, um desses locais – a praia da Pedra do Sal, em Itapuã – será alvo de uma ação dos moradores neste domingo (20), a partir das 8h, com saída do Farol de Itapuã. Um dos participantes, o educador ambiental e empreendedor consciente da região de Itapuã/Stella Maris, Thiago Siqueira, dá orientações para quem quer participar das ações voluntárias de limpeza.

“Foi montado um grupo no WhatsApp com participantes de diversas praias e temos recebido muitas mensagens de pessoas que querem colaborar as ações. A gente sempre orienta que fiquem atentos às ações de mobilização que circulam nas redes sociais e que compareçam ao local com itens como carrinho de mão, pá e balde, e devidamente protegidos para que o óleo ou o vapor não entre em contato com a pele, nariz e olhos. É preciso ficar atento também ao movimento da maré, pois a limpeza só consegue ser realizada na maré baixa.”, afirma.

Siqueira ressalta ainda que tem considerado as ações de voluntariado bem interessantes, o que demonstra a consciência da sociedade civil sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e da vida das pessoas. Ele também aproveitou para elogiar o desempenho da Prefeitura no enfrentamento à situação.

“Tenho que reconhecer o papel da Limpurb, que está fazendo um trabalho de muita qualidade e empenho. Passamos pelas praias e, em pouco tempo, as areias já estão limpas. A Prefeitura também tem ‘colado’ com a comunidade através da distribuição de kits para limpeza”, completa. Neste fim de semana, 300 kits contendo botas, luvas, máscara e balde foram distribuídos pela Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) para os movimentos voluntários.

Recomendação

De acordo com o protocolo estabelecido pela Prefeitura, seguindo orientações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os agentes e voluntários devem utilizar instrumentos e ferramentas (pás e ancinhas, por exemplo) no processo de retirada do material, evitando contato direto com a substância. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são a luva de borracha ou PVC, chapéu ou boné, máscaras descartáveis para proteção de vapores orgânicos, botas ou calçados impermeáveis, óculos de proteção , roupa com proteção UVA/UVB e proteção auricular e roupa especial contra respingos – em caso de jateamento.

Os resíduos devem ser colocados em sacos resistentes ou baldes e não se deve levar o material por conta própria. Nesse caso, o cidadão deverá entrar em contato com a Limpurb, através do número 156, e informar a praia onde está o material retirado. O órgão fará a coleta, pesagem e encaminhamento do montante para um depósito próprio e, depois, repassado ao Ibama e outros órgãos ambientais, que decidirão o destino final.

Não se deve entrar em contato com o óleo e, também, não se deve tentar retirar o material da água. Em ambos os casos, a Limpurb deve ser acionada. Caso o óleo atinja a pele, lave o local com água e sabão e procure uma unidade de saúde.

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