Caciques de aldeias pataxós do município de Santa Cruz Cabrália, na Costa do Descobrimento, estiveram reunidos com representantes da Secretaria do Turismo do Estado (Setur-Ba) para alinhar algumas questões voltadas à promoção do etno-turismo na região.
As lideranças indígenas presentes levantaram pontos que, através do apoio da secretaria e o setor de etno-turismo, afro e indígena, precisam ser avaliados e melhorados para contemplar não só o turismo, mas a vida das comunidades indígenas que não vivem só do segmento e precisam de qualificação para ocupar outras áreas.
Essa capacitação deve vir, inclusive, na língua. Os caciques pontuaram o fato de que há turistas estrangeiros, e que aprender línguas como inglês e espanhol tornaria essa comunicação mais fácil e eficaz. O problema, no entanto, está nos custos de um curso básico, que são altos.
Uma das questões mais comentadas foi o fortalecimento das aldeias que trabalham com o turismo no município através de divulgações. Cabrália possui oito aldeias que aliam atividades ambientais e educacionais ao ecoturismo, pensando na preservação do meio ambiente.
Os índios levantaram a importância do etno-turismo para contar a história do Brasil; afinal, o visitante que chega às aldeias está buscando conhecer a tradição e a cultura brasileira preservada por esse grupo.
O cacique Piki, da aldeia de Nova Coroa, comentou ainda a necessidade de desmistificar a imagem do índio como selvagem. “Nós temos uma cultura tão linda, tão rica, e às vezes isso não é divulgado nacionalmente. A gente precisa que o turista chegue para visitar as aldeias sem a idéia de que ele vai ser roubado, flechado ou atacado”, disse.
A principal proposta do grupo foi a elaboração de um plano de ação que contemple a estruturação das aldeias para receber os turistas, incluindo divulgação e planejamento para que a cultura continue sendo mostrada por esse grupo genuinamente brasileiro.