Praias de Mata de São João (BA) não recebem placas de óleo há 10 dias

As atividades turísticas nos 28 quilômetros de litoral de Mata de São João ocorrem de forma absolutamente normal, em meio à maior crise ambiental que afeta 9 estados do Nordeste Brasileiro. Após dias tensos de chegada de óleo em algumas localidades, entre os dias 10 e 15 deste mês, hoje (24) a rotina está normalizada. Há 10 dias as praias de Mata não recebem cargas de resíduos.

Portinho da Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, temporariamente livre das manchas de óleo que aparecem na costa nordestina. Foto: Yordan Bosco

 

 

De acordo com o Prefeito Marcelo Oliveira, a normalidade se deve ao fato de que a chegada do material mais significativo aconteceu em locais e em períodos específicos. Ele destaca também o esforço de todos para a retirada imediata dos resíduos que apareceram em maiores proporções e às pequenas pelotas que ainda aparecem, de forma estritamente pontual.

“A última ocorrência mais grave foi em Imbassaí, do dia 15. O local estava praticamente ileso, mas infelizmente em uma virada de maré, à tarde, apareceram umas placas boiando, que rapidamente chegaram às areias à entrada do estuário”, explica Marcelo Oliveira.

O prefeito ressalta que rapidamente entraram em ação a equipe de limpeza da Prefeitura, um efetivo de 30 homens do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros (uma parceria da gestão municipal) e um mutirão de moradores. “Foi uma mobilização muito grande, que garantiu a normalidade do ambiente na tarde do dia seguinte”.

Quem chegar hoje em Imbassaí e nas praias de Praia do Forte, de Santo Antônio e dos quatro resorts da região, perceberá um dia de sol e praia como outro qualquer. Atividades de caminhada, de banho de mar, de surfe, de mergulho, de bronzeamento, entre outras, acontecem normalmente.

Para o operador de mergulho da Praia do Forte, Gecildo Santiago, o Gel, foi um grande susto logo quando tudo aconteceu. “Nunca tínhamos visto aquilo. Um monte de óleo invadindo as nossas praias”, relata Santiago, que diz se sentir aliviado hoje,  ao ver tudo voltar ao normal.

Ele trabalhou pesado como voluntário no dia 11, um a sexta-feira, quando dois pontos da praia da Casinha receberam plaquetas que totalizaram cerca de 15 toneladas. “Foi o pior dia da Praia do Forte, mas graças ao esforço de todos conseguimos colocar tudo em ordem”, conta o rapaz

Gecildo Santiago foi recrutado para trabalhar na limpeza de óleo pelo Centro de Defesa Ambiental (CDA) da Petrobras desde o dia 12 e afastou há três dias, quando voltou a operar mergulho para turistas. O CDA assumiu todas as operações de limpeza da Praia do Forte, onde montou uma base.

Coleta de resíduos

A Prefeitura de Mata de São João tem feito todo o trabalho de limpeza e remoção dos resíduos das praias. Mata foi o único município que deu uma destinação aos resíduos.

Na segunda e terça-feira desta semana, 32 toneladas de óleo foram transportada para armazenamento em galpão apropriado, em uma empresa de destinação e tratamento de resíduos, na região Metropolitana de Salvador. O material ficará por lá até que o Governo do estado decida o destino final.

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