Regata Jacques Vabre traz número recorde de participantes a Salvador

Começa neste domingo (27), com largada às 13h15 da cidade francesa de Le Havre (8h15, no Brasil), a décima quarta edição da Transat Jacques Vabre, considerada a maior regata transatlântica do mundo. A competição, que reúne este ano o número recorde de 59 veleiros, cruza o Atlântico num percurso de 4.350 milhas náuticas (cerca de 8 mil quilômetros) com destino a Salvador, onde os barcos deverão chegar a partir de 7 de novembro.

 A prova internacional conta com apoio do Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur), responsável pela montagem da infraestrutura no Terminal Náutico de Salvador – ponto de chegada da regata – para abrigar organizadores, diretores de prova e imprensa e receber as duplas de competidores.

 Durante os dias da competição, grande parte da imprensa mundial estará com a atenção voltada para Salvador, colocando a capital baiana e a Baía de Todos-os-Santos em uma grande vitrine internacional.

 “Esta regata dá grande visibilidade à cidade, com cerca de 70 jornalistas de vários países fazendo a cobertura, sem contar o grande número de profissionais estrangeiros envolvidos na realização da prova, que estarão na cidade durante vários dias, e os próprios competidores, no total de 118”, afirma o secretário estadual do Turismo, Fausto Franco, que acompanhará a largada em Le Havre.

 No sábado (26) à noite, acontece na Vila da Regata, na cidade francesa, a grande festa da véspera da largada, cujo ponto alto é uma queima de fogos. Uma baiana tipicamente trajada, da Setur, estará no local distribuindo fitinhas do Bonfim, e também no início da prova.

 Nesta edição serão três categorias competindo: Class40, com 27 duplas; Muiti50, com três duplas, e Imoca, com 29 duplas (seriam 30, mas um dos barcos dessa categoria sofreu um incêndio na segunda-feira e deixou a prova). A lista mistura campeões, velejadores experientes, nova geração e amadores.

 A maioria dos competidores (skippers) é de nacionalidade francesa, mas a regata conta também com navegadores suíços, alemães, belgas, britânicos, norte-americanos, irlandeses, finlandeses, italianos, turcos e japoneses.

 Percurso

 A Transat Jacques Vabre – foto- é considerada uma prova difícil, com muitas armadilhas meteorológicas. “Gosto da regata, antes de mais nada, porque é muito bom chegar a Salvador, na Bahia”, diz o velejador Aymeric Chappellier, que faz dupla com Pierre Leboucher no barco Aïna Enfance & Avenir, da Class40.

 “Este percurso exige muito comprometimento, primeiro fisicamente, pois as duas pessoas se esforçam 100% no barco, e mentalmente, porque é necessário apostar na estratégia a ser adotada. Depressões de inverno, ventos, calmaria, ventos alísios do Hemisfério Sul, isso tudo é muito interessante”, explica Chappellier.

 Os velejadores partem da baía do rio Sena em um percurso costeiro ao longo das falésias da Normandia até a cidade de Étretat. Depois, as duplas seguem em direção a oeste para uma prova cheia de dificuldades no Canal da Mancha, conhecido por marés altas e incessante tráfego marítimo.

 Na sequência, os competidores entram no Golfo da Biscaia, onde, de acordo com a posição do anticiclone dos Açores, encontrarão condições de ventos mais fortes e rápidos ou uma situação mais complexa, com menos vento. Mas, geralmente, os barcos se deparam com violentas depressões tradicionais do fim de outono na Europa.

 

História

Situada na região da Normandia, França, a cidade de Le Havre foi fundada em 1517 pelo rei Francisco I e desde 1643 passou a desenvolver relações com as Américas no comércio do algodão, do açúcar e do tabaco.

 A regata começou em 1993, quando Le Havre e a marca de café Jacques Vabre criaram a Transat Jacques Vabre. A ideia era traçar as rotas dos grandes navios mercantes de café do século 17 a partir desta cidade, que foi a primeira importadora do produto na França. Por isso a regata é conhecida também como Rota do Café.

 Começou como uma competição para velejadores individuais tendo como destino a cidade de Cartagena das Índias, na Colômbia. A partir de 1995 passou a ser disputada em duplas. A prova é realizada de dois em dois anos.

 Salvador passou a ser o destino de chegada da regata Jacques Vabre em 2001 e assim continuou, nas edições de 2003, 2005 e 2007. Em 2009, Puerto Limon, na Costa Rica, tornou-se o novo porto de chegada. A regata voltou para o Brasil em 2013, desta vez para a cidade de Itajaí, em Santa Catarina. O retorno a Salvador aconteceu na edição de 2017 e acontece em 2019 pela sexta vez.

 Nesta edição a regata passa a chamar-se oficialmente Transat Jacques Vabre Normandia Le Havre. Parceira da prova desde 2017, junto com a cidade de Le Havre e o café Jacques Vabre, a região da Normandia entra com uma participação financeira quatro vezes maior que na edição anterior e torna-se um dos principais parceiros da competição.

 Sustentabilidade

A regata Jacques Vabre se volta este ano para o desenvolvimento sustentável, com ações como a iniciativa ambientalista Ocean as Common, um mural colaborativo que será oferecido à ONU para aumentar a conscientização sobre a proteção dos oceanos e o #NoPlasticChallenge, um desafio para reduzir o consumo de plástico.

 Prodetur

A Baía de Todos-os-Santos, ponto de chegada da regata Jacques Vabre, é a segunda maior baía natural do mundo e a maior do Brasil. Possui superfície de 1.000 km², mais de 50 ilhas e praias paradisíacas, como a da Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, na Ilha dos Frades, que detém o selo Bandeira Azul de qualidade ambiental.

 Para desenvolver ainda mais o turismo náutico e cultural na região, a Setur investe em obras de infraestrutura em suas diversas localidades através do Prodetur Bahia. O programa prevê 13 intervenções náuticas e uma intervenção cultural, beneficiando 18 municípios.

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