Por Hugo Casoni Godinho (Exclusivo)
Nossa Senhora da Piedade deu nome á algumas cidades e muitos bairros Brasil a fora, mas no interior de São Paulo temos uma Piedade – foto-, charmosa cidadezinha, encravada na serra de Paranapiacaba com mais de mil metros de altitude á nível do mar, e a 100 km da capital paulista.
Essa Piedade, tem forte veia rural, é responsável, sozinha, por quase metade do abastecimento do CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Com esse grande potencial agrícola, não poderia ser diferente, é destaque no Turismo Rural e Agroturismo, com diversas experiências e vivências rurais.
O turista pode conhecer e vivenciar a vida no campo, comer frutas direto do pé -foto- como, por exemplo, acontece anualmente nos meses de março e abril, o Colha & Pague do caqui fuyu, ou simplesmente ter a alimentação toda orgânica, ouvir e fotografar os belos pássaros que a mata atlântica possui, se banhar em lindas cachoeiras, enfim relaxar junto a natureza em uma de suas lindas pousadas, e o melhor, gastando pouco. Piedade tem o charme e o frescor da cidade serrana, porém nem todo esse charme faz elevar seus valores de hospedagem, alimentação e lazer, como ocorre em outros destinos do mesmo gênero.
Com tanta vida na zona rural, a cidade tem nessa área seu maior número populacional. Entretanto, acabam de estrear duas rotas turísticas no centro urbano do município, quase que uma homenagem aos seus primeiros moradores e seus valiosos agricultores, com duas rotas turísticas para se percorrer a pé
Essas rotas fazem parte do projeto “Viva Piedade”, da Diretoria Municipal de Turismo, executada com recurso da Secretaria Estadual de Turismo de SP. As “rotas da memória”, são chamadas a “Rota do Algodão” e a “Rota Viva Terra”, que possibilitam um tour geográfico e histórico pela cultura e evolução agrícola do município, além do que sem sombra de dúvidas é uma viagem ao passado, valorizando sua rica história, levando o turista a entender a importância da agricultura para a economia regional, passando por diversas fases da produção agrícola, como a do algodão, cebola e a diversidade hortifrutífera com a chegada dos imigrantes, em especial os alemães, japoneses, portugueses, italianos e espanhóis ao município.
A “Rota do algodão”, conta com 4 pontos de interesse turístico. São eles: A Praça Coronel João Rosa, o Club Literário, a Casa de Câmara e Cadeia e a Capela do Jacueiro. O turista se depara com totens interpretativos de fronte a cada um desses pontos, que contam a história local usando como base cada ponto visitado, e através do QR Code, pode-se baixar um app que faz a rota para se percorrer a pé, além de trazer fotos antigas, relatos de munícipes através de vídeos dentro desse aplicativo. Com isso o turista vai conhecer a riqueza de Piedade na era algodoeira de 1860 a 1920, quando a cidade exportava essa matéria prima para os Estados Unidos da América e Inglaterra.
Após o algodão Piedade se tornou a capital nacional da cebola, que por quase cindo décadas liderou a produção do vegetal no país.
A chegada ao Brasil da cebola estrangeira, com baixo preço, levou ao fracasso as roças de cebola e, seus produtores que viviam até então da monocultura, foi então que, através do conhecimento agrícola dos imigrantes que ali chegaram, que Piedade voltou a produzir com força, diversos cultivares diferentes, chegando hoje a pouco mais de 170 espécies de cultivares colhidos em suas terras.
Essa evolução histórica pode ser evidenciada na “Rota Rica Terra”, que da mesma maneira da “Rota do Algodão”, tem seus totens de informação turística interpretativa, com cinco pontos de interesse turísticos. São eles: A Praça da Matriz, a Igreja da Matriz, o Mercado Municipal, a Avenida das Cerejeiras japonesas e a Paineira Centenária. Através do QR code dessa rota, você pode viajar no tempo, e assistir a lindos depoimentos dos primeiros imigrantes que ali chegaram para evoluir as lavouras locais. Graças a tudo isso, Piedade hoje é a maior produtora de alcachofra da América Latina, maior produtora de caqui do Brasil, e uma das maiores produtoras de morango do Brasil.
Viaje, aprenda, conheça, se deliciei com essa imersão. Agora todos podem, de uma maneira fácil e prática, usando os totens interpretativos e o aplicativo na palma da mão.
O projeto ficou lindo, valoriza seu povo, desperta a curiosidade de todos, informa e enriquece a visita do turista e, sem sombra de dúvidas, trás à tona e marca toda a história da zona rural do município para seus moradores, principalmente os da zona urbana, que por vezes, devido a atual correria, nem conhecem a origem da sua cidade e a importância da agricultura local.
Imagens: Divulgação/Secretaria de Turismo de Piedade
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