Por Nelson Rocha (Texto e fotos)
Muitos passageiros que utilizam os serviços oferecidos por empresas aéreas no Brasil, questionam constantemente o porquê, de em determinadas ocasiões, ser tão caro voar no País. Durante encontro com a imprensa na manhã desta quinta-feira, 19, no Salvador Bahia Airport, Marcelo Bento Ribeiro, diretor de relações institucionais da Azul, declarou que “o fato é que a gente tem o custo Brasil. A gente tem um dos combustíveis da aviação mais caro do mundo”, o que certamente eleva os preços das passagens às alturas.
Portanto, são vários os fatores, e explica o executivo da Azul. Um dos é “a fórmula de cálculo aplicada pela Petrobras, que busca a paridade internacional de preços, mas 90% do combustível de aviação é refinado no Brasil. Então essa paridade com as empresas internacionais não tem muito sentido, principalmente com o dólar alto do jeito que está, acaba influenciando nos preços”.
Marcelo Bento apontou também as questões de impostos, que em sua opinião- e todo mundo sabe disso-, são altos no Brasil também, e foi mais além, quando abordado sobre a judicialização que ronda o tráfego aéreo doméstico.
Processos contra as empresas aéreas
“O Brasil é campeão em processo contra companhias aéreas. O fato é que todo este custo, de lidar com estes processos de indenizações, acaba se refletindo no valor das passagens, especialmente injusto num país em que as companhias aéreas são mais pontuais, perdem menos bagagens e tem a frota mais jovem do que a maioria dos demais países do mundo. Ou seja, as companhias brasileiras têm muita qualidade. Então isto não justifica esta quantidade de processos”.
Diante deste cenário, ainda literalmente turbulento para aviação nacional, Marcelo Bento aconselha que as pessoas busquem comprar sempre suas passagens com antecedência, como forma de voar pagando preços mais em conta.
“Elas podem se beneficiar de ofertas antecipadas. Sempre que se deixa pra comprar de última hora, na imensa maioria das vezes a passagem acaba custando mais caro. Tendo flexibilidade para buscar em diferentes dias da semana, buscando com antecedência, é possível achar promoções muito atrativas”.
Ao longo da alta temporada de verão, a Bahia será o estado com o maior volume de voos extras da Azul, com cerca de 600 operações a mais e quase 70 mil assentos adicionais entre dezembro e fevereiro de 2020.
Com 84 ligações sazonais, Salvador terá voos inéditos para Vitória, além de operações extras para Lençóis, Porto Seguro, Maceió, Belo Horizonte e Campinas. Já Porto Seguro, um dos destinos mais procurados no verão, terá ligações sazonais para Vitória, Rio de Janeiro, Cuiabá, e Montes Claros (MG). A cidade do sul da Bahia também receberá mais aeronaves da Azul nas rotas para Campinas, Congonhas, Guarulhos, Belo Horizonte, Uberlândia, São José do Rio Preto, Bauru e Ribeirão Preto.
Salvador Bahia Airport
Na oportunidade, Júlio Ribas, diretor-presidente do Salvador Bahia Airport, demonstrou comemorar a perspectiva de crescimento de 7,6% na oferta total de assentos que serão ofertados no verão, em comparação com o volume registrado no mesmo período do ano passado. O pico de oferta, como tradicionalmente acontece, será no mês de janeiro, com cerca de 950 assentos disponíveis nos voos programados para o mês.
“Vivemos um momento muito positivo para o Aeroporto. Além da primeira etapa das obras de ampliação e modernização já ter sido concluída, as companhias aéreas domésticas já repuseram a lacuna deixada pela Avianca Brasil, inclusive servindo destinos que antes eram atendidos exclusivamente pela extinta companhia, como Petrolina, Aracaju e Maceió. Temos expectativa de um verão ainda melhor que o do ano passado, com maciça presença dos passageiros e com o nosso terminal renovado”, enfatizou.