Tráfego aéreo no mundo cresce em ritmo mais lento, segundo IATA

Por Inês de Matos

No ano passado, o tráfego aéreo global de passageiros registrou um crescimento de 4,2% face a 2018, resultado que, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), indica um abrandamento face ao ano anterior, quando o crescimento tinha sido de 7,3%, sendo a primeira vez que o crescimento fica abaixo dos 5,5% desde a crise econômica de 2009.

De acordo com os dados revelados pela IATA esta quinta-feira, 6 de fevereiro, em 2019, a capacidade oferecida subiu 3,4%, enquanto o load factor cresceu 0,7 pontos percentuais, fixando-se nos 82,6%, valor que estabelece um novo recorde, já que a ocupação mais alta tinha sido registada no ano anterior, quando o load factor chegou aos 81,9%.

“As companhias aéreas tiveram um bom desempenho ao manterem um nível de crescimento estável no ano passado, perante vários desafios”, destaca Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA, que enumera uma série de desafios que as companhias aéreas tiveram de enfrentar no ano passado, como a degradação do cenário econômico mundial e o enfraquecimento da atividade comercial ou as tensões geopolíticas.

Apesar dos diversos desafios, a indústria da aviação conseguiu alcançar resultados positivos, com o diretor geral e CEO da IATA a sublinhar ainda que a “gestão astuta da capacidade e os efeitos da crise dos Boeing 737 Max contribuíram para outro load factor recorde, o que ajudou a indústria a lidar com o abrandamento da procura e a melhorar a sua performance ambiental”.

No que diz respeito apenas ao tráfego internacional, a IATA avança que o crescimento no total de passageiros em 2019 foi de 4,1%, quando no ano anterior tinha chegado aos 7,1%, e a capacidade subiu 3,0%, enquanto o load factor aumentou 0,8 pontos percentuais, chegando aos 82.0%.

Por regiões, o destaque vai para África e para a Ásia-Pacifico, que apresentaram os maiores crescimentos no tráfego de passageiros, com aumentos de 4,9% e 4,8%, respetivamente, enquanto a capacidade subiu 4,7% e 4,5%, respetivamente. Já no load factor houve subida de 0,1 e 0,2 pontos percentuais, com este indicador a fixar-se nos 71,7% e 81,9%, respetivamente.

Apesar do bom desempenho do tráfego aéreo em ambas as regiões, o peso de cada uma delas para a indústria da aviação mundial é diferente, já que o tráfego de passageiros registado em África corresponde a apenas 2,1% do total, enquanto na Ásia-Pacifico essa quota sobe para 34,7%.

Já na Europa o tráfego de passageiros aumentou 4,2%, a mesma percentagem que na América Latina, enquanto a capacidade subiu 3,6% e o load factor 0,5 pontos percentuais, para 85,2%, com o tráfego europeu a representar 26,8% do total em todo o mundo.

Na América Latina, além do crescimento de 4,2% nos passageiros, houve ainda subidas de 2,9% na capacidade e de 1.0% no load factor, que chegou aos 82,6%. No total global, o tráfego da América Latina representou, em 2019, 5,1% do total mundial.

Na América do Norte, o tráfego de passageiros aumentou 4,1% em 2019 e a capacidade subiu 2,8%, enquanto o load factor aumentou 1.0%, para 84,9%, com o tráfego desta região a representar 22,3% do total.

Por fim, o Médio Oriente foi a região com crescimentos menos expressivos, já que o tráfego de passageiros aumentou apenas 2,4% em 2019, enquanto a capacidade subiu 0,1% e o load factor 1,7%, para 76,2%. O tráfego do Médio Oriente representou, em 2019, 9.0% do total mundial.

Para a IATA, 2019 foi um “ano difícil” para a indústria da aviação e 2020 está a começar de forma “trágica e desafiante”, com o abate do avião da Ukraine International Airlines por forças iraniana e com o acidente desta quarta-feira, 5 de fevereiro, em Istambul, mas também devido ao surto de coronavírus, que levou já a um forte decréscimo da procura nas rotas com destino à China.

*Fonte: Publituris

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