Por Rute Simão
A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) estima que a hotelaria nacional possa ficar penalizada com uma quebra de receitas de entre 500 milhões de euros a 800 milhões de euros até junho, devido aos efeitos do COVID-19 na operação do setor.
De acordo com um inquérito realizado aos seus associados, entre 3 e 9 de março foram já canceladas 346 497 noites, o que corresponde a uma percentagem de 30%. A manter-se o mesmo ritmo, a AHP estima que entre 1 de março e 30 de junho possam ser perdidas 4,4 milhões de noites, face ao ano passado (14,6 milhões de dormidas de mercado externo) o que se traduz numa perda de receitas de 500 milhões de euros para os hotéis. Num outro cenário, que a AHP admite ser o mais alinhado com a realidade, as quebras na ocupação podem chegar aos 50% resultando numa perda da 7,3 milhões de noites, no mesmo período, o que totaliza menos 800 milhões de euros para o setor.
Esta fatia engloba não só a diminuição da taxa de ocupação mas também todas as outras vertentes que engordam as receitas do hotel como os eventos, aluguer de salas, F&B e outras atividades como spa e massagens. Na opinião de Cristina Siza Vieira, CEO da AHP, “a estimativa de perda de receitas é muito mais impactante do que a queda na ocupação”.
Os dados, que evoluem diariamente e que “têm de ser monitorizados com regularidade”, diz a AHP, perspetivam já um cenário menos positivo no setor e a diminuição da receita, que Raul Martins estima que seja de -20% no cômputo geral deste ano, deverá impulsionar despedimentos no setor. Dos cerca de 100 mil trabalhadores que atualmente exercem funções na hotelaria nacional, cerca de 30 mil colaboradores, em regime de extras, deixarão de ser contratados, perspetiva o presidente da associação.
*Fonte: Publituris/PT; Foto: Divulgação