Por Rachel Verano
Os hotéis vão reabrir? Poderemos ir à praia? Algumas certezas, indefinições e suposições que se desenham para a estação mais esperada do ano. Confira!
O primeiro sinal de que as coisas estão prestes a começar a mudar aqui em Lisboa, depois de seis semanas de quarentena total em Portugal, veio para mim na forma de um telefonema repentino e inesperado. Do outro lado da linha, a minha depiladora (que nunca tinha me telefonado antes!), me anunciava com a voz animada que recomeçaria a atender e perguntava se eu já queria reservar o meu horário. Detalhe: para o dia 4 de maio! Aquilo funcionou como uma leve injeção de ânimo para mim: estaria a quarentena, da maneira como a conhecemos até agora, realmente chegando ao fim?
A resposta foi se confirmando com uma série de pronunciamentos oficiais. Tudo indica que este será realmente o terceiro e último estado de emergência em Portugal, com previsão de terminar no dia 2 de maio. Para o feriado do próximo fim de semana, o governo já anunciou medidas ainda mais severas a fim de evitar que as pessoas façam viagens (fica terminantemente proibido, por exemplo, sair do concelho, que é a região de residência, durante todo o período). Mas tudo indica que, a partir do dia 4 de maio, algo comece a mudar. É o caso dos salões e barbearias, por exemplo. O governo estuda decretar um estado de calamidade pública para as semanas seguintes para continuar a ter mais controle sobre as práticas da população nestes primeiros passos. Aguardemos.
Muito elogiado pelos países vizinhos e pela imprensa internacional no que diz respeito à rapidez com que tomou medidas efetivas de combate ao coronavírus, Portugal tem um dos melhores cenários europeus. O país soma até ontem, 27 de abril, 24.027 pessoas infectadas e o número de recuperados já supera o de mortos pela doença (1.357 contra 928, ao todo).
Nas últimas 24 horas, foi registrado o índice mais baixo de novos contaminados: 0,7%. O fim do estado de emergência previsto para a próxima semana, no entanto, não significa o abrandamento das medidas de prevenção. “Queremos proceder ao desconfinamento em maio”, disse o primeiro-ministro António Costa em pronunciamento na semana passada. Mas… “a normalidade plena da vida só voltará a existir quando houver vacina.”
O que significa isso na prática? Um comunicado oficial está previsto para o dia 30, mas tudo indica que as primeiras medidas serão:
- abertura do pequeno comércio de bairro, cabeleireiros e barbearias no dia 4 de maio
- volta às aulas para os alunos do 11º e do 12º anos no dia 18 de maio (os demais alunos mais novos não voltarão neste ano letivo, que termina em junho, regressando às aulas apenas em setembro)
- abertura do grande comércio em junho
- Fonte: Viagem