Saiba como serão as viagens de avião após a pandemia do Covid-19

Mudanças nos preços, nos procedimentos de segurança e no comportamento de passageiros são esperados; veja certezas e suposições sobre o futuro da aviação.

Por Bárbara Ligero (Texto)

Ainda que existam muitas incógnitas sobre o futuro pós-coronavírus, é certo que a pandemia será responsável por mudanças definitivas na indústria do turismo e, principalmente, na aviação.

Em 11 de setembro de 2001, os ataques terroristas nos Estados Unidos escancararam as fragilidades no sistema de segurança dos aeroportos e levaram a uma série de mudanças. Muitas delas perduram até hoje e já fazem parte do cotidiano dos viajantes, como a restrição de líquidos e a inspeção rígida das bagagens de mão.

Enquanto o atentado levou à suspensão de voos domésticos nos Estados Unidos por três dias, o Covid-19 vêm reduzindo a quantidade de voos por todo o mundo há mais de um mês. Dessa vez, o inimigo não é o terrorismo, mas um vírus insidioso praticamente impossível de ser detectado.

Por esse motivo, as companhias aéreas já estão adotando medidas especiais para conter a disseminação de doenças contagiosas e algumas delas podem continuar em vigor mesmo após o fim da pandemia. Veja essas e outras possíveis mudanças no modo em que viajamos de avião daqui para frente:

O novo look do viajante moderno

Agora: Desde o dia 20 de abril, o Canadá passou a exigir que passageiros usem máscaras no processo de embarque e durante o voo. Nos Estados Unidos, representantes dos sindicatos de pilotos já estão pressionando o governo a também implementar uma legislação desse tipo. Enquanto isso, a Jet Blue anunciou que exigirá que os passageiros usem máscaras a partir de 4 de maio e a United já instituiu o uso delas para toda tripulação. Em Dubai, a Emirates equipou seus funcionários com avental descartável sobre a roupa, luvas e protetor para os olhos. Na holandesa KLM, a tripulação passou a usar toucas e luvas.

No futuro: Existem duas possibilidades em relação ao uso de máscaras durante o voo. A primeira é que os governos ou as próprias companhias aéreas exijam que os passageiros tenham em mãos uma máscara no embarque, assim como é obrigatória a apresentação de um documento oficial com foto; a outra é que as próprias aéreas forneçam o artefato antes do embarque, coisa que a American Airlines anunciou que irá fazer .

Enquanto para nós, brasileiros, o hábito de usar máscara é uma novidade trazida pelo coronavírus, para os japoneses esse já é um costume antigo e difundido na cultura local. A venda de máscaras para viajantes pode se tornar tão corriqueira quanto a de almofadas de pescoço. Também podem surgir alternativas mais estilosas, como o moletom da G95, que se fecha até a altura do nariz e possui um filtro de ar, ou um cachecol da mesma marca, que protege da poluição e das doenças virais. No caso dos trópicos, importante que as empresas invetem soluções para os verões calorentos.

Bioscarf

Será essa a próxima moda entre os viajantes? (G95/Divulgação)

Aeroporto ou hospital?

Agora: Os termômetros infravermelhos, que apontam à distância se um indivíduo está com febre, estão sendo usados em aeroportos de todo o mundo desde o início da pandemia de coronavírus . Porém, essa técnica não é totalmente eficiente, já que muitas pessoas contaminadas pelo coronavírus são assintomáticas e, consequentemente, não apresentam febre. Sem falar que nem toda febre é causada pelo coronavírus. Mais recentemente, a Emirates começou a fazer testes de sangue que detectam  o coronavírus durante o check-in dos passageiros, com resultados que saem em apenas dez minutos. Enquanto isso, a Etihad já está trabalhando em máquinas de self-check-in em que o próprio cliente confere a respiração, batimentos cardíacos e temperatura do corpo.

No futuro: É possível que esse tipo de exame se incorpore nos procedimentos de segurança dos aeroportos. Eles fariam parte da rotina de embarque dos passageiros, assim como a passagem pelo detector de metais ou pelo raio-X. O número de dispensers abastecidos com álcool em gel também deve se multiplicar. A questão será saber a eficácia de tais procedimentos e as filas que deverão se formar que vão na contramão do que se espera com relação ao afastamento social.

*Fonte: Viagem

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