Por Camila Lucchesi
Como ficam os voos entre Brasil e EUA após o decreto de Donald Trump? Anunciada no último domingo (24), a medida proíbe de ingressar em território norte-americano, desde as 23h59 de ontem (26 de maio), tanto brasileiros quanto estrangeiros que estiveram no País 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos. Não há prazo estipulado para o fim dessa restrição, pois tudo vai depender da evolução no combate à pandemia em território nacional.
“O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um componente do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, trabalhando em estreita coordenação com o Departamento de Segurança Interna, determinaram que a República Federativa do Brasil está passando por uma transmissão acelerada de SARS-CoV-2. Em 23 de maio de 2020, a Organização Mundial da Saúde informou que o país tinha 310.087 casos confirmados de COVID-19, que é o terceiro maior número de casos confirmados no mundo.
O potencial de transmissão por indivíduos infectados que buscam entrar nos Estados Unidos a partir do Brasil ameaça a segurança de nosso sistema, infraestrutura de transporte e segurança nacional. Determinei que é do interesse dos Estados Unidos tomar medidas para restringir e suspender a entrada, como imigrantes ou não imigrantes, de estrangeiros que estiveram fisicamente presentes na República Federativa do Brasil durante o período de 14 dias que antecede sua entrada ou tentativa de entrada nos Estados Unidos. O livre fluxo de comércio entre os países segue como prioridade econômica para os Estados Unidos, e continuo comprometido em facilitar o comércio entre nossas nações”, destaca um trecho do decreto assinado pelo presidente norte-americano.
A medida não é válida para residentes permanentes e legais nos Estados Unidos, nem para estrangeiros casados com cidadãos norte-americanos, pais ou responsáveis legais por um cidadão americano/residente permanente, contanto que o tutorado seja solteiro e menor de 21 anos. Há exceções, ainda, para estrangeiros que viajem a convite do governo dos Estados Unidos para fins relacionados à contenção ou mitigação do vírus; membros estrangeiros de tripulações aéreas ou marítimas, integrantes, filhos ou cônjuges de membros das Forças Armadas dos EUA, entre outras. A lista de pessoas que podem ser admitidas no país pode ser conferida na íntegra do documento (em inglês).
Consultamos as principais companhias que operam voos diretos entre os dois países sobre eventuais cancelamentos ou adiamento nas operações. Confira!
AMERICAN AIRLINES
A companhia informou que os voos diários entre São Paulo e Miami, previstos para serem retomados em 4 de junho, serão adiados para 1º de julho. A decisão tem relação com a recente restrição imposta pelos Estados Unidos à entrada de brasileiros no país. A companhia destaca, ainda, que se o voo for cancelado e o cliente optar por não remarca-lo, poderá solicitar um reembolso pelo site.
AZUL
A empresa esclarece que, em função da medida do governo dos EUA que suspende temporariamente a entrada de brasileiros no país, iria operar um voo extra para Fort Lauderdale nesta quinta (28). No entanto, com a antecipação da decisão da Casa Branca para às 23h59 de ontem (26/5), a companhia cancelou sua operação adicional. A companhia ressalta, ainda, que está em contato com os clientes impactados para providenciar a reacomodação deles. Os voos para Orlando estão suspensos e as ligações entre Campinas (SP) e Fort Lauderdale estão previstas para ocorrer três vezes por semana (segundas, quartas e sextas de Viracopos; terças quintas e sábados do destino norte-americano).
DELTA AIR LINES
Estava nos planos da companhia a retomada de voos de Atlanta para São Paulo em 6 de junho. Com o decreto de Donald Trump que restringe a entrada de brasileiros no país, a Delta informa que não tem, ainda, previsão de retorno desta e de outras rotas entre os dois países. Para os viajantes que foram afetados por ajustes no cronograma de operações da empresa ou desejam garantias adicionais sobre as próximas viagens, a aérea ampliou a possibilidade de planejamento, remarcação e embarque por até dois anos. Vale lembrar que o voo entre Nova York e São Paulo foi suspenso em 28 de março; a ligação entre Atlanta e Rio de Janeiro (RJ) foi interrompida em 29 de março; e a rota Atlanta – São Paulo teve seu último voo operando em 2 de abril de 2020.
Gol
A companhia informou que está com todas as operações internacionais suspensas desde 23 de março, sem previsão de retorno.
LATAM
A empresa informa que, seguindo a determinação do governo dos Estados Unidos de restrição à entrada de viajantes vindos do Brasil, precisará ajustar a frequência dos voos operados entre o aeroporto de Guarulhos (SP) e Miami. Durante esta última semana de maio, a Latam cancelará todos os voos programados para a rota. Para junho, a companhia previa aumento e tinha programado cinco frequências semanais, que agora, após as novas restrições, estão sob revisão. Para os passageiros com voos afetados, oferece regras de flexibilização que permitem a remarcação de sua passagem sem nenhum custo, além da opção de reembolso. Não é necessário tomar nenhuma ação imediata, pois o bilhete é automaticamente mantido em aberto e o passageiro poderá remarcar a data do seu voo sem nenhum custo e para quando desejar. As regras para alterações estão disponíveis neste link.
UNITED AIRLINES
A companhia segue com voos diários entre o aeroporto de Guarulhos (SP) e Houston (EUA); enquanto as ligações da cidade paulista com Chicago e Washington DC devem ser retomadas apenas em outubro. Questionada hoje (27/5) sobre eventuais mudanças ao cronograma devido às recentes restrições impostas pelos Estados Unidos à entrada de brasileiros no país, a companhia reforçou a continuidade dos voos e respondeu que, no momento, não há alterações no serviço. “Cumpriremos todas as regulamentações governamentais e continuaremos a monitorar a demanda por viagens, fazendo os ajustes conforme eles forem necessários”. *Fonte: Brasilturis.