Entrada de europeus será permitida a partir deste domingo, dia 21 de junho. Exceção é Portugal, que pediu a Madri que espere até 1º de julho, para evitar novos contágios com chegada maciça de espanhóis
A Espanha voltou a antecipar seus planos de desescalada diante dos dados considerados favoráveis no combate à pandemia de coronavírus e da pressão de alguns setores econômicos, especialmente o do turismo. Uma semana depois de insistir em que a reabertura das fronteiras com os demais países do Espaço Schengen só ocorreria em 1º de julho, o presidente do Governo (primeiro-ministro) espanhol, Pedro Sanchez, recuou novamente a anunciou que neste domingo, o país reabrirá todas as suas fronteiras, exceto com Portugal, com clara intenção de salvar o turismo.
Sánchez exigiu do Partido Popular (conservador) que demonstre “patriotismo” ao apoiar a posição espanhola na Europa, ao invés de se alinhar com as posturas mais duras da direita europeia sobre a gestão das ajudas pós-pandemia.
O Executivo espanhol acelera a cada semana a desescalada e contradiz rapidamente suas próprias palavras. Quando em 4 de junho a ministra da Indústria e Turismo, Reyes Maroto, anunciou que o país reabriria suas fronteiras terrestres com a França e Portugal a partir de 22 de junho, foi rapidamente obrigada a se desmentir por pressão do Ministério da Saúde. Mas o fato é que suas previsões, conforme pedia o setor do turismo e em linha com o que propuseram outros países da UE, não estavam muito desencaminhadas.
A única exceção é Portugal, o país que ficou como o mais prudente de todos e pediu a Madri que espere até 1º de julho, para evitar que uma chegada maciça de espanhóis possa provocar uma nova onda de contágios numa nação que inicialmente conseguiu controlar o vírus, mas agora está tendo alguns casos inesperados, sobretudo por sua estreita relação com o Brasil.
Sánchez e seu colega português, Antônio Costa, —ambos sociais-democratas—, concordaram em fazer um grande ato conjunto de reabertura em 1º de julho, com a presença do Rei da Espanha e do presidente das República de Portugal, Marcelo Rebelo, simbolizando que de alguma maneira a pandemia está sob controle. Sánchez comunicou neste domingo a reabertura aos presidentes das regiões espanholas. Os governos regionais das ilhas Baleares e Canárias estavam entre os que mais pressionavam pela revogação dos controles fronteiriços, devido à sua altíssima dependência do turismo internacional.
Em 1º de julho, também antes do previsto, serão reabertas as fronteiras com países de fora da UE, sempre de forma seletiva, em função da situação epidemiológica de cada um deles. *Fonte: El País