O Governo cabo-verdiano decidiu adiar de Julho para Agosto a retoma dos voos internacionais de/para o arquipélago, alegando o recrudescimento de casos de covid-19 na Europa, nomeadamente em Portugal, que no entanto foi apenas o 4º maior emissor para o país em 2019.
A informação foi avançada à Lusa pelo ministro cabo-verdiano do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos, que comentou: “o que se fez foi a avaliação daquilo que está a acontecer na Europa, designadamente em Portugal que é o nosso principal parceiro, com o recrudescimento dos casos na última semana, nomeadamente na zona metropolitana de Lisboa, e também com algum aumento de casos nas ilhas”.
Dados do INE cabo-verdiano dizem, porém, que em 2019 os britânicos representaram 24% dos hóspedes alojados na hotelaria do país, seguindo-se os alemães, com 11,3%, e os franceses, com 10,4%, e só depois os portugueses, com 9,8%.
Desde 19 de Março que Cabo Verde suspendeu todas as ligações aéreas internacionais para conter a propagação da pandemia de covid-19, permitindo apenas voos de repatriamento.
O plano de desconfinamento, iniciado em Junho após dois meses de estado de emergência, previa a retoma dos voos no próximo mês e a Cabo Verde Airlines tinha já anunciado que previa retomar as ligações aéreas em 1 de Julho, com um voo para Paris (França)
“Perante as avaliações que vamos fazendo diariamente e mediante o parecer do Ministério da Saúde, acabamos por adiar a reabertura dos voos internacionais para Agosto. Achamos que é a decisão mais correta porque a saúde dos cabo-verdianos é o mais importante”, afirmou Carlos Santos.
Cabo Verde recebeu em 2019 cerca de 819 mil turistas, sector que tem um peso de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Governo já admitiu que o país vai perder este ano meio milhão de visitantes, devido à pandemia.
De acordo com o ministro Carlos Santos, a decisão de adiar por um mês a retoma das ligações aéreas internacionais é justificada ainda com o mercado: “A procura turística no mês de Julho não está a ser tão rápida como era de esperar”.
O objetivo é reabrir o país “em condições”, nomeadamente ao nível dos procedimentos e protocolos de segurança sanitária, no âmbito do projeto em desenvolvimento com todas as empresas do setor turístico nas ilhas de Santiago, Sal e Boa Vista, para “dar confiança” aos turistas.
O ministro disse também que ainda não há um dia definido para a retoma dos voos, mas que quando acontecer será em simultâneo para os quatro aeroportos internacionais, Santiago, Sal, Boa Vista e São Vicente.
“Podemos considerar que é uma decisão segura mediante os inputs e as variáveis que nós temos neste momento e os próprios operadores turísticos acabarão por entender. Temos de reabrir com segurança e com tranquilidade”, rematou Carlos Santos. *Fonte: PressTUR com Agência Lusa