Por Adriana Setti
No dia 18 de junho, o Airbnb apresentou o seu novo Protocolo Avançado de Higienização em 11 países, incluindo o Brasil, e também a Espanha, onde vivo. Elaborado em parceria com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, esse novo recurso para os anfitriões da plataforma inclui aulas on-line com informações específicas sobre a prevenção à covid-19.
Além de usar o Airbnb frequentemente como viajante, também faço parte da comunidade de anfitriões, alugando minha casa nas Ilhas Baleares para turistas. No dia seguinte ao anúncio, participei do treinamento on-line proposto pela plataforma, que ensina a limpar e higienizar um espaço de forma rigorosa em 5 etapas, desinfetando as superfícies tocadas com frequência (maçanetas, porta da geladeira, interruptores etc), usando produtos aprovados por especialistas em saúde, lavando os lençóis a altas temperaturas, entre outras medidas, como a recomendação (não obrigatória) de deixar o espaço em “quarentena” por 24 horas entre cada reserva.
O “cursinho” é basicamente a leitura de cinco textos. Ao final, o anfitrião precisa responder um questionário sobre limpeza (a cada resposta errada, você tem infinitas chances até escolher a opção certa) e assinar um termo de compromisso no qual se compromete a seguir os novos parâmetros. O processo demora cerca de meia hora e, como prêmio, você recebe um selinho dizendo que se comprometeu com o novo protocolo.
Obviamente, não haverá um sistema para fiscalizar se os anfitriões estão ou não seguindo os novos padrões de higienização. Como tem sido desde o lançamento da plataforma, o selo de qualidade de cada espaço continuará tendo como base os comentários dos hóspedes que, supostamente, estarão mais atentos à limpeza do que nunca.
Desde que a crise do coronavírus começou, muito tem se falado sobre o risco de extinção das plataformas de acomodação compartilhada (em maio, o Airbnb demitiu 1,9 mil funcionários, 25% do total, em 24 países, colocando mais lenha na fogueira dessas especulações). A extrema preocupação com a higiene e a necessidade de distanciamento social seriam os principais fatores de desconfiança para que alguém se hospede na casa de um estranho. *Fonte: Viagem & Turismo