As Pousadas de Juventude reabriram ontem ao público com um conjunto de regras definidas com a ajuda das autoridades da saúde, após um período em que estiveram a apoiar o combate à pandemia.
Com um total de 42 pousadas em Portugal, as estruturas foram reabrindo nos dias 3 e 10, tendo completado ontem o programa de reabertura de 39 delas.
Apenas três não reabrem, em Lisboa e em Vila Nova de Cerveira, por ainda estarem ao serviço da comunidade no âmbito do combate à pandemia.
A abertura destes 39 espaços, espalhados por todo o país, acontece após a adaptação das regras aos novos tempos, num guia de operações com os procedimentos a seguir, realizado em conjunto com a Direção-Geral da Saúde (DGS), e com a criação de um selo “Pousada Segura”.
Estes procedimentos pretendem ser “uma garantia que queremos dar aos jovens de que estamos abertos para recebê-los de forma segura e com confiança”, para “estimular a utilização das Pousadas de Juventude como espaços de promoção da saúde”, além de manterem as suas funções de “locais de cidadania e de intercâmbio cultural”, acrescentou Nuno Chaves, presidente da Movijovem, que gere as pousadas.
Estes novos procedimentos pretendem diminuir os contatos presenciais entre os clientes e os trabalhadores das pousadas e reduzir o número de pessoas nos espaços comuns, nomeadamente aquando dos ‘check in’ e ‘check out’.
A partir de agora, os utentes podem contactar com a pousada através de ferramentas como o “Código QR” ou das redes sociais.
Além dos equipamentos de proteção individual e de acrílicos, a entrada na pousada será feita através de tapetes de desinfeção de calçado e os elevadores estão restringidos ao uso de uma pessoa ou família de cada vez.
O pequeno-almoço será feito com horas marcadas, com desinfeção entre os três turnos previstos, havendo também a possibilidade de ‘take away’.
Os quartos múltiplos das pousadas passam a estar disponíveis apenas para uso individual, de famílias ou de grupos que viajam em conjunto e ser-lhe-á atribuída uma cabine de duche exclusiva.
De acordo com Nuno Chaves, as pousadas terão “uma redução de capacidade instalada para dois terços nos quartos”.
As Pousadas de Juventude encerraram em março e, desde então, estavam à disposição de autarquias e entidades para o combate à pandemia.
Trinta delas foram consideradas como necessárias e as respetivas chaves entregues a municípios, mas só 16 foram efetivamente utilizadas.
Numa primeira fase, estas pousadas alojaram pessoal médico, mas depois também receberam elementos da proteção civil, idosos deslocados de lares, pessoas em isolamento profilático sem condições de o fazerem nas suas casas, pessoas em situação de sem-abrigo ou famílias que, por qualquer outro motivo, necessitaram deste apoio no âmbito da pandemia.
Neste período, mais de 800 pessoas tiveram necessidade deste apoio, o “que se traduziu num número de dormidas superior a 10 mil”, salientou Nuno Chaves.
Entretanto, a pensar na reabertura, os espaços foram higienizados e desinfetados pelas Forças Armadas, que também prestaram formação aos funcionários.
A Movijovem é em Portugal a entidade gestora do Cartão Jovem e, em parceria com a CP, do Passe Interrail, além de administrar a rede nacional de Pousadas de Juventude.
Segundo Nuno Chaves, o novo protocolo de procedimentos vai continuar a ser seguido após a pandemia, já que a preocupação com a saúde continuará a ser um eixo central para a Movijovem.
Desde logo, abrange também o Cartão Jovem “como um programa de comunicação”, que vai “divulgar práticas e comportamentos saudáveis e promover estilos de vida que sejam promotores de saúde e de bem-estar”.
*Fonte: PressTUR com Agência Lusa