Por Jeniffer Elaina
As orientações e medidas de isolamento para enfrentar a pandemia afetaram muitos planos de viajantes ao redor do globo. Diante da nova realidade, uma forma de sair para viajar ganhou evidência. Trata-se do turismo de isolamento.
De acordo com comentários feitos pelas especialistas Mariana Aldrigui, pesquisadora da área de turismo da Universidade de São Paulo, e Luísa Dalcin, responsável pela comunicação do Viajala.com.br, o turismo de isolamento é uma forma de viagem na qual o turista sai de casa rumo a destinos em que não entrará em contato com outras pessoas.
Como apontam Dalcin e Aldrigui, é como se o isolamento mudasse de lugar. Em vez de isolar-se com a família na própria casa, o distanciamento é exercido em um ponto para turismo.
O foco não é a visita de pontos turísticos ou a interação com demais turistas, mas sim mudar de ambiente e descansar.
Possíveis destinos
Nesse contexto diferenciado, o Airbnb, plataforma que une anfitriões a possíveis hóspedes de viagens, aponta o crescente interesse nos “hiperlocais”, lugares próximos ao lar do viajante e que podem ser acessados por viagens de carro.
Regiões com hospedagens que oferecem vista para admirar a natureza são boas pedidas, conforme Dalcin.
Ela orienta que os viajantes confirmem se o local desejado está recebendo turistas e que tenham em mente que muitas atrações podem não estar abertas.
A plataforma lista algumas cidades afastadas dos grandes centros das áreas urbanas como Sorocaba, São José dos Campos, Juiz de Fora, entre outras como locais para o turismo de isolamento.
Além dos locais disponíveis distantes dos grandes centros urbanos, os passeios de barco são uma opção para aqueles que desejam mudar de ares preservando a segurança e evitando o contato com demais turistas.
Essa proposta diferenciada é apresentada pela revista de turismo Qual Viagem. Os seguintes destinos paulistas, Guarujá e Santos, e cariocas, Angra dos Reis e Paraty, são elencados como principais pontos para iniciar a atividade.
Segundo texto publicado no site da revista, reservar diárias de barcos equipados com recursos que permitem a realização de tarefas do dia a dia e oferecem acomodações para dormir é uma forma de admirar a paisagem marítima e relaxar alguns dias fora de casa sem descumprir o isolamento.
Onde se hospedar
As opções de hotelaria compatíveis com o turismo de isolamento envolvem locação em chalés com distanciamento entre si e que oferecem aos turistas recursos para preparar suas próprias refeições e organizar o local onde estão acomodados, como relata Juliana Tulio, proprietária de hotel e especialista no setor de turismo .
Os chalés com cozinha evitam idas a restaurantes e o contato com outras pessoas, condutas a serem evitada ao viajar, segundo alerta Luiz Zanella, médico com especialização em infectologia no Instituto “Emílio Ribas”.
Como se locomover
A dica é seguir a tendência dos hiperlocais na locomoção. Viagens a destinos próximos que podem ser feitas de carro são as mais indicadas em tempos de isolamento.
Conforme o infectologista, o automóvel de passeio é um meio de locomoção mais seguro, pois apresenta menor risco em termos de contágio em comparação a viagens de avião, que envolvem maior chance de aglomeração.
Essa opção de transporte também é mais acessível financeiramente e permite o rápido retorno ao lar, caso seja necessário.
Comprar alimentos para consumir durante o caminho e preparar ao chegar na habitação que contém cozinha privativa são medidas que tornam desnecessárias as paradas em mercados e restaurantes e as exposições ao vírus atreladas a elas.
O que levar
Além das comidas, já citadas, o restante da bagagem para o turismo de isolamento igualmente requer organização prévia. A companhia aérea Azul, em artigo publicado em seu site, o Vem Voar, aconselha que o preparo da bagagem vise tudo o que poderá ser preciso durante a viagem.
Peças de roupas, itens pessoais, medicamentos e uma quantia reserva para gastos não planejados são elementos a serem adicionados às malas.
Tal medida reduz o deslocamento a locais públicos e também lida com restrições comerciais que estão ou podem entram em vigor durante a viagem.
Contratar um seguro de viagem
Os seguros de viagem são responsáveis por tratar de uma série de acontecimentos indesejados que tem o potencial de prejudicar o passeio. Os gastos médicos emergenciais estão entre eles e ganharam destaque devido à conjuntura atual.
Abaixo, expomos orientações do Voopter, site que compara passagens aéreas, acerca do seguro de viagem e suas coberturas na pandemia.
Para facilitar a procura pelo seguro de viagem adequado, recorra a um agente de viagens ou corretor de seguros que possa lhe esclarecer o teor das cláusulas e a cobertura do seguro.
Faça perguntas diretas ao profissional referentes a situações que envolvam a suspeita e a confirmação de diagnóstico de COVID-19 a fim de sanar dúvidas sobre o assunto.
Antes de viajar, confirme com o setor de atendimento da operadora se o plano ainda possui a mesma cobertura ou se alterações foram feitas.
Medidas de higienização
Com o destino escolhido, é preciso certificar que o local segue os protocolos e cuidados relativos à segurança e à saúde dos visitantes.
Para isso, entre em contato, por meio dos canais de comunicação da hospedagem escolhida, e informe-se sobre as medidas de higienização que estão sendo tomadas.
O Airbnb, por exemplo, criou diretrizes, orientações de saúde e segurança e um protocolo de limpeza avançado a serem respeitados pelos anfitriões associados a plataforma de hospedagem e pelos hóspedes.
Manter-se informado
Dado o contexto pandêmico, as informações e declarações disponibilizadas na internet demandam checagem frequente a fim de confirmar se ainda estão vigentes ou se já foram atualizadas e alteradas.
Dessa forma, as restrições e os avisos elaborados pelo governo, tanto local como nacional, em relação a viagens devem ser acompanhados pelos futuros viajantes, conforme sugere o Airbnb.
Em adição às recomendações dadas, o estado de saúde e o perfil de risco devem ser postos em primeiro lugar ao considerar a possibilidade de viajar.
A respeito, Zanella pontua a importância dos viajantes estarem em condições apropriadas para o turismo de isolamento. O médico recomenda que pessoas pertencentes ao grupo de risco e aqueles que convivem com elas não viajem. *Fonte: Jornal MG de Turismo.