O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres, afirmou hoje que o colapso turismo, “um dos sectores econômicos mais importantes do mundo”, requer uma “reconstrução ecológica e equitativa”.
“É imperativo que reconstruamos o sector do turismo”, afirmou António Guterres numa mensagem divulgada hoje, onde destaca que a reconstrução “deve ser de uma forma segura, equitativa e favorável ao clima”.
“As emissões de gases com efeito de estufa relacionadas com o transporte podem recuperar acentuadamente se a recuperação não estiver alinhada com as metas climáticas”, avisou Guterres.
O secretário-geral da ONU considera que para apoiar os milhões de pessoas que dependem do turismo é preciso “construir uma experiência de viagem sustentável e responsável que seja segura para as comunidades anfitriãs, trabalhadores e viajantes”.
Para ajudar na recuperação, António Guterres identificou cinco áreas prioritárias: “primeiro, mitigue os impactos socioeconômicos da crise. Em segundo lugar, crie resiliência em toda a cadeia de valor do turismo. Terceiro, maximize o uso de tecnologia no sector de turismo. Quarto, promova a sustentabilidade e o crescimento verde. E quinto, fomente parcerias para permitir que o turismo apoie ainda mais os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
O secretário-geral da ONU (foto) concluiu que é necessário assegurar que o turismo recupere “a sua posição de fornecedor de empregos decentes, rendimentos estáveis e de proteção do nosso patrimônio cultural e natural”.
O setor do turismo emprega uma em cada dez pessoas em todo o mundo, dando sustento a centenas de milhões de pessoas, impulsionando economias e possibilitando que países prosperem, começou por dizer Antônio Guterres na mensagem divulgada hoje.
O turismo “permite que as pessoas experimentem algumas das riquezas culturais e naturais do mundo e aproxima as pessoas umas das outras, destacando a nossa humanidade comum”, frisou o secretário-geral da ONU. “Na verdade, pode dizer-se que o próprio turismo é uma das maravilhas do mundo”.
António Guterres considera que “é por isso que foi tão doloroso ver como o turismo foi devastado pela pandemia de covid-19”, com uma quebra das chegadas de turistas internacionais em mais de 50% nos primeiros cinco meses do ano, provocando a perda de 320 mil milhões de dólares em exportações de turismo.
“No total, cerca de 120 milhões de empregos directos no turismo estão em risco. Muitos estão na economia informal ou em micro, pequenas e médias empresas, que empregam uma elevada proporção de mulheres e jovens”, continuo o secretário-geral da ONU.
Apesar de ser “um grande choque” para as economias desenvolvidas, a crise é “uma emergência” para os países em desenvolvimento, especialmente para muitos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países africanos.
“Para mulheres, comunidades rurais, povos indígenas e muitas outras populações historicamente marginalizadas, o turismo tem sido um veículo de integração, capacitação e geração de rendimentos”, prosseguiu Antônio Guterres, que considera também que o turismo é “um pilar fundamental para a conservação do patrimônio natural e cultural”.
A queda nas receitas “levou ao aumento da caça furtiva e da destruição do habitat dentro e em redor das áreas protegidas”, enquanto o encerramento de muitos sítios declarados Patrimônio Mundial “privou as comunidades de meios de subsistência vitais”. *Fonte: PressTur/PT.