Por Matheus Doliveira
Os cruzeiros marítimos que atravessam os mares com milhares de passageiros foram uma das primeiras vítimas do coronavírus, tendo sido proibidos ainda em março. Foi o caso de 3 embarcações da empresa britânica Cunard Line que estavam dando a volta ao mundo naquele mês. Todos os passageiros tiveram que ser retirados dos navios e colocados em voos de volta para casa às pressas.
Ainda parada, a Cunard planeja agora uma nova viagem de 4 meses de duração. Marcada para 2022, a volta ao mundo pós-covid passará por 16 países e 33 patrimônios mundiais da Unesco. Isso, é claro, se até lá já houver vacina e a pandemia estiver controlada.
A expectativa é que o navio Queen Mary 2 deixe a cidade de Nova York no dia 3 de janeiro de 2022. Entre os portos de escala, estão destinos como Sevilha, na Espanha; Atenas, na Grécia; Dubai, nos Emirados Árabes Unidos; e Sydney, na Austrália. O retorno a Nova York acontece em 1 de maio, 118 dias depois da partida.
O navio poderá acomodar até 2.691 passageiros e 1.292 tripulantes, e o cruzeiro permitirá ainda animais de estimação a bordo. Os viajantes podem reservar toda a viagem de 118 noites ou um dos seis trechos de duas ou três semanas.
O preço da viagem é salgado. Sai a partir de 15.149 dólares (cerca de 84 mil reais) para um quarto individual sem janelas e pode chegar a 72.899 dólares (cerca de 400 mil reais) para uma cabine grande com janelas e sala de estar.
Mesmo com normas rígidas de segurança, nos países onde os cruzeiros estão autorizados a retornar, colocar centenas de pessoas em um barco e evitar contaminação continua sendo um imenso desafio para as empresas do setor.
Primeira a iniciar cruzeiros internacionais desde o surgimento da pandemia de coronavírus, a operadora norueguesa Hurtigruten teve que recuar em agosto após um surto da doença. 36 funcionários e um passageiro testaram positivo. Em junho, quase 400 passageiros de dois cruzeiros da Hurtigruten tiveram que entrar em quarentena, afetando pelo menos 69 municípios da Noruega, segundo as autoridades de saúde do país.
Entre meados de março e o final de setembro, a perda global do setor – em termos de atividade econômica ligada à suspensão e depois à lenta retomada dos cruzeiros – será da ordem de 50 bilhões de dólares e 334 mil empregos, segundo estimativas da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro (CLIA).
*Fonte: Exame