Setor aéreo quer mais apoio financeiro para evitar “colapso sistêmico”

 

O ACI e a IATA, que representam centenas de companhias aéreas e gestoras de aeroportos, defendem ser “inevitável” uma segunda ronda de apoios financeiros diretos que não gerem dívida “para evitar o colapso sistémico da indústria da aviação”.

Para enfrentar o “impacto devastador” causado pelo encerramento de fronteiras e outras restrições de viagens, o ACI e a IATA instam os governos a conceder apoios financeiros diretos para proteger empregos e operações sem aumentar os níveis de dívida e minimizando os casos de incumprimento de dívidas e perdas de crédito.

Além do apoio financeiro, o ACI, que representa 668 empresas que operam 1.979 aeroportos, e a IATA, que reúne 290 companhias de aviação, apelam para a implementação de um programa coordenado de testes de despiste à covid-19 que possibilite a reabertura de fronteiras e retoma dos voos.

As organizações consideram que o apoio financeiro e os testes coordenados, aplicados em conjunto, “protegem os países da importação de casos covid-19, evitam uma crise de empregos no sector de viagens e turismo e garantem que a estrutura crítica da aviação permaneça viável e capaz de sustentar os benefícios económicos e sociais dos quais o mundo depende”.

Citado no comunicado, o CEO da IATA, Alexandre de Juniac, afirmou que a principal prioridade é a reabertura das fronteiras através da implementação de testes coordenados, mas acrescentou: “para garantir que teremos um sector de aviação viável no final desta crise, uma segunda ronda de alívio financeiro é inevitável”.

“A perda de empregos – dentro e fora da indústria – aumenta cada dia que as fronteiras são fechadas. E com cada emprego perdido, a recuperação e o impacto na economia como um todo tornam-se ainda mais difíceis”, acrescentou Alexandre de Juniac.

O diretor-geral da ACI, Luis Felipe de Oliveira, sublinhou que “não é um exagero dizer que a indústria enfrenta um colapso” se os governos não implementarem com urgência um programa de testes generalizados que elimine a exigência de quarentenas.

O ACI estima que os aeroportos terão este ano uma quebra de 60% nas receitas, o que equivale a menos 104,5 mil milhões de dólares (88,8 mil milhões de euros).

A IATA, por sua vez, antecipa uma quebra de pelo menos de 50% nas receitas das companhias aéreas este ano, passando de 838 mil milhões de dólares em 2019 para 419 mil milhões de dólares este ano (de 711,8 mil milhões de euros para 355,9 mil milhões de euros).

Sobre o emprego, as organizações citam as estimativas da Air Transport Action Group (ATAG), indicando 46 milhões de postos de trabalho em risco, incluindo 41,2 milhões na indústria das viagens e turismo e 4,8 milhões nos aeroportos e companhias aéreas.

*Fonte: PressTur/PT; Foto: divulgação/Arquivo PTT

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