A pandemia transformou profundamente o comportamento das pessoas em diversos aspectos, inclusive a forma de viajar em 2020. E, olhando para 2021, essas mudanças deverão continuar a ser percebidas.
Aspectos de limpeza e higienização ganharam mais relevância na decisão dos viajantes em relação à estadia. Locais com menor fluxo de pessoas, como casas de campo e em cidades menores de praia, ganharam a preferência dos hóspedes, longe de multidões ou alta rotatividade. E a maior presença do trabalho remoto e da educação à distância contribuem para deixar menos clara a divisão entre trabalhar e viajar a lazer.
Em razão do isolamento durante grande parte de 2020, as pessoas deverão aproveitar as viagens como oportunidades para se reconectar com amigos e familiares de forma segura e controlada em 2021. As viagens serão menos sobre turismo tradicional e mais sobre viver, trabalhar e se conectar com segurança longe de casa.
Segundo pesquisa do Airbnb nos Estados Unidos, existem três tendências principais redefinindo as viagens em 2021: viver em qualquer lugar, destinos hiperlocais e viagens de reconexão.
Viver em qualquer lugar
O trabalho em casa pode se tornar trabalho de qualquer casa, já que o home office continua sendo uma realidade para muitas pessoas. O estudo feito pela ClearPath Strategies para o Airbnb revela que:
- 83% dos entrevistados são a favor de se acomodar em outro espaço, fora de casa, como parte do trabalho remoto.
- 25% acreditam ser possível viver onde se deseja e trabalhar remotamente.
- 20% se mudaram para outro local no contexto da pandemia, temporariamente ou permanentemente.
- 60% dos pais são propensos a considerar trabalhar remotamente e viajar com seus filhos se o ensino presencial continuar interrompido.
- A geração Z e jovens millennials são mais propensos a acreditar que podem se mudar para um novo local para trabalhar ou estudar remotamente.
De pessoas que se mudaram desde que a pandemia foi declarada, 21% disseram que foram para uma área rural. Além disso, as pessoas que têm a oportunidade de trabalhar de qualquer lugar têm reservado estadias mais longas no Airbnb em cidades de pequeno a médio porte, com mais acesso a ambientes naturais e espaços abertos.
Destinos hiperlocais
As viagens domésticas continuarão a ser uma tendência fundamental em 2021. Segundo a pesquisa do Airbnb, 62% das pessoas estão interessadas nesse perfil de viagem. Olhando para setembro de 2019, em relação ao planejamento de viagens para 2020, os principais destinos para hóspedes dos EUA foram cidades como Paris, Londres e Roma. Para 2021, uma grande variedade de destinos domésticos entrou no radar, como parques nacionais, estações de esqui e cidades de praia.
No Brasil, isso tem refletido em um aumento de reservas de casas inteiras no campo e em cidades menores de praia, a até 300 km dos centros urbanos, para ir de carro com a família, sem abrir mão do isolamento.
Entre os exemplos de destinos mais procurados em agosto de 2020 (vs. o mesmo mês do ano passado), estão: São Sebastião (ganho de 13 posições no ranking de reservas), Ubatuba (10 posições), Campos do Jordão (10), Riviera de São Lourenço (15), Petrópolis (12), Ilhabela (16), Ipojuca (21), Búzios (9), Angra dos Reis (24), Resende (19), Tibau do Sul (11), Imbituba (25), Caraguatatuba (25), Urubici (40), São José dos Campos (17), Sorocaba (24).
Embora a maioria das viagens permaneça mais perto de casa em 2021, isso não significa que os viajantes não possam ter novas aventuras onde estão hospedados. Os hóspedes têm buscado experiências únicas de acomodação no Airbnb, incluindo casas na árvore, casas flutuantes, cabanas, etc.
Viagens de reconexão
Durante 2020, o desejo de estar com outras pessoas se tornou fundamental, e isso também se reflete na forma de viajar em 2021. E, nesse contexto, as famílias têm buscado cada vez mais o Airbnb como uma maneira de estarem mais próximas com segurança. As viagens de reconexão, daqueles que desejam estar juntos sem abrir mão do isolamento em relação a pessoas fora do seu círculo do dia a dia, veio para ficar.
Ainda segundo a pesquisa do Airbnb, entre os que se mudaram voluntariamente neste ano, 37% afirmaram que o movimento foi feito para que pudessem ficar perto da família ou de amigos. Isso se tornou cada vez mais comum entre os mais jovens, com 61% dos menores de 50 anos interessados em mudança permanente e 47% em uma mudança temporária. No Airbnb, mais da metade das viagens pesquisadas para 2021 incluem três ou mais pessoas.
Embora as viagens possam parecer um pouco diferentes em 2021, a possibilidade de novas aventura tem mantido os viajantes inspirados. 36% dos consultados na pesquisa disseram que sonham diariamente com viagens. Esse percentual aumenta para 47% entre as pessoas que trabalham em casa.
*Fonte: Diário do Turismo com Agências