A IATA, associação internacional de companhias de aviação, reclamou hoje dos governos “ação firme” para evitar uma “catástrofe” iminente com quebra da atividade económica em 1,8 biliões de dólares e perda de 46 milhões de empregos.
“Por cada dia que a crise continua, o potencial de perda de empregos e devastação económica aumenta” avisa a IATA, que calcula que estão em causa 1,3 milhões de empregos nas companhias aéreas, pondo em causa 3,5 milhões no sector da aviação e 46 milhões na economia global.
O que está em causa, diz a IATA, é que as companhias de aviação não têm como reduzir custos ao mesmo ritmo que as suas receitas estão a cair, levando a prever em 2021 as receitas totais das companhias de aviação fiquem 46% abaixo dos 838 mil milhões de dólares realizados em 2019.
A IATA frisa também que a sua estimativa anterior era uma quebra em torno d 29%, mas contava com um início de recuperação no quarto trimestre deste ano, que não se verifica devido a novos surtos de covid-19 e fechos de fronteiras que se verificam e que levam a que IATA esteja atualmente a prever para este ano uma quebra de tráfego em 66%.
O diretor-geral da IATA, Alexandre de Juniac, aliás, em mensagem sobre os dados mais recentes da Associação, avisa que o quarto trimestre será “extremamente difícil” e que são fracas as indicações que 2021 será “significativamente melhor” enquanto as fronteiras permanecerem fechadas e existirem quarentenas nas chegadas.
Alexandre de Juniac reclama até que dos governos ajuda financeira adicional às companhias de aviação, afirmando que sem ela a tesouraria das companhias de aviação não durará em média mais de 8,5 meses.
A IATA realça que 50% dos custos das companhias de aviação são fixos ou semifixos, pelo menos no curto prazo e avança que numa amostra de 76 companhia, no segundo trimestre a redução de custos foi de 48%, enquanto a quebra de tráfego atingiu 73%.
A Associação aponta como exemplo dos ‘constrangimentos’ que a aviação enfrenta que em resposta à quebra da procura as companhias reduziram a oferta, o que teve como efeito o aumento do custo unitário, e avança que estima que as companhias necessitarão de uma quebra do custo unitário em 30% para chegarem ao breakeven.
A IATA frisa que face a uma quebra do tráfego internacional em 90% as companhias parquearam milhares de aviões, principalmente widebodies de longo curso, com o efeito perverso que a concentração em linhas mais curtas requer mais aviões, pelo que enquanto a capacidade baixa 62% relativamente a Janeiro de 2019, a frota em serviço baixa apenas 21%.
A IATA assinala ainda que a frota em leasing baixou em cerca de 60%, mas com uma redução de custos de menos de 10%, referindo que o único aspecto “brilhante” decorre da redução de preço dos combustíveis em 42%, mas que “infelizmente” não prosseguirá no próximo ano.
*Fonte: PressTUR/PT