Há 40 anos, no dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi morto a tiros quando retornava de um estúdio de gravação para o Edifício Dakota, em Nova York. Acompanhado da esposa Yoko Ono, o músico foi levado imediatamente ao hospital, mas já havia perdido muito sangue e não tinha chances de sobreviver. O músico foi surpreendido na porta de casa por um homem de 25 anos chamado Mark David Chapman, que sacou um revólver e efetuou cinco disparos contra o artista
Nesta terça-feira (8), amigos e fãs do ex-Beatle lamentam o ocorrido e prestam homenagens nas redes sociais.
Companheiro de banda, Paul McCartney publicou suas lembranças em seu perfil no Twitter, junto com uma foto ao lado do amigo. “Um dia triste, triste, mas lembrando do meu amigo John com a grande alegria que ele trouxe ao mundo. Sempre estarei orgulhoso e feliz por ter conhecido e trabalhado com esta incrível pessoa de Liverpool“, escreveu.
Yoko Ono também não deixou a data passar e afirmou que, até hoje, ainda sente falta do marido. “A morte de um amado é uma experiência esgotante. Depois de 40 anos, Sean, Julian e eu ainda sentimos falta dele”, lamentou.
Conhecido pelo legado dos Beatles, além da carreira solo e do ativismo, John Lennon é um dos músicos mais influentes da história. Apesar da morte trágica, ele é lembrado também como o integrante mais polêmico dos Beatles e reúne uma série de histórias inusitadas ao longo da vida.
Confira 15 curiosidades sobre a vida e a carreira de John Lennon:
Primeiro instrumento
Ensinado pela mãe, Julia, o banjo foi o primeiro instrumento que John Lennon aprendeu a tocar.
Escoteiro e cantor de coral
A carreira de John teve início na igreja de São Pedro em Liverpool, no Reino Unido. Lá, ele fazia parte do coro que cantava durante as missas realizadas no local. Fora isso, ele também integrou a 3ª tropa de escoteiros de Allerton, em Illinois, Estados Unidos.
Beatles e Jesus Cristo
Em 1966, ele causou polêmica ao afirmar que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo. Em entrevistas, ele tentou justificar afirmando que a frase fora divulgada fora do contexto original, no qual quis dizer que “os jovens falavam mais dos Beatles do que de Jesus Cristo”. 42 anos depois da declaração, em novembro de 2008, a Igreja Católica perdoou o músico pela blasfêmia.
Venda de mecha de cabelo
Em um leilão organizado pela Feira de Discos do Colecionador de Girona, na Espanha, um chinês pagou 4 mil dólares por uma mecha do cabelo de John Lennon. O presente foi dado pelo cantor a um fã durante um show em Denver, Estados Unidos, em 1964.
Primeiro casamento
Antes de casar com Yoko Ono, John teve Cynthia Powell como primeira esposa. O casal ficou junto de 1962 a 1969, e teve um filho junto, Julian. Em 2005, ela publicou uma biografia sobre o cantor, na qual revela que ele era violento, tinha sérias crises de ciúmes e costumava agredi-la. Um dos momentos destacados por Cynthia foi quando o músico a espancou no banheiro da escola após vê-la dançando com um colega de classe.
Melhor capa da “Rolling Stone”
A capa da “Rolling Stone” em que John Lennon aparece nu e abraçando sua esposa Yoko foi eleita a melhor capa de revista norte-americana. A edição saiu nas bancas em 1981 e a foto foi tirada por Annie Leibovitz, a fotógrafa mais bem paga do mundo. Feita pela Sociedade Americana de Editores de Revistas, a seleção avaliou 450 capas publicadas pelas revistas mais conhecidas do país, como “Time”, “Newsweek” e “National Geographic”.
Quase vegetariano
Em 1965, George Harrison foi o primeiro do grupo a se tornar vegetariano, retirando os alimentos de origem animal da dieta. Alguns anos depois, Paul McCartney aderiu ao movimento, seguido de Ringo Starr, que mudou a alimentação por conta de problemas de saúde. Apesar de ter tentado adotar o vegetarianismo, no final, John Lennon sempre voltava a comer carne.
Rejeição da música “Imagine”
Um dos ícones da carreira de Lennon, a música “Imagine”, de John Lennon, é a mais rejeitada em funerais britânicos. Por considerarem inapropriado o trecho “Imagine there’s no heaven” (“imagine que não exista o paraíso”), os padres têm o direito de barrar a execução da música.
Perseguido pelo FBI
Além de músico polêmico, John Lennon era também um ativista anti-guerra e pró-direitos humanos. Por esse motivo, o governo temia que o artista se tornasse um agitador cultural de ideias da esquerda em solo americano e tentou deportar o músico para o seu país de origem, a Inglaterra, analisando músicas do cantor em busca de justificativas. Ele chegou a ser perseguido pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) e teve seu telefone grampeado.
Porém, a investigação não deu certo e Lennon conseguiu seu greencard para morar nos Estados Unidos. Nessa época, o fotógrafo Bob Gruen fez uma das fotos mais famosas do cantor, ao lado da Estátua da Liberdade.
Edifício Dakota como ponto turístico
John Lennon e Yoko Ono moravam em Nova York e o edifício Dakota (foto) se tornou um dos principais pontos turísticos da cidade. De estilo vitoriano e localizado em frente ao Central Park, a construção serviu de cenário para filmes como “O Bebê de Rosemary”, do diretor Roman Polanski, e “Vanilla Sky”, de Cameron Crowe. Até hoje o prédio recebe visitas de milhares de fãs do cantor, que vão em busca de curiosidades sobre sua vida.
Melhor música escrita
Para Lennon, quando perguntado sobre qual teria sido sua melhor letra escrita, a resposta era certeira: “All you need is love”. Favorita do músico, a canção foi um de seus grande hinos hippie, ao lado de “Imagine” e “Give Peace a Chance”. Apesar de ter sido lançada como um single em 1967, acabou entrando no disco Yellow Submarine. Nos corais registrados na gravação, ela conta com participações especiais de Mick Jagger, da The Rolling Stones, e Keith Moon, da The Who.
John Lennon padeiro?
Após o nascimento de seu filho com Yoko, em 1975, John Lennon se distanciou dos palcos e descobriu novos hobbies. No processo de dedicação intensa à casa e à família, o artista desenvolveu o interesse por fazer pães. Em sua última entrevista à revista Playboy, ele declarou que cuidar de bebês e fazer pães eram tarefas realizadas em tempo integral.
Dislexia com diagnóstico tardio
Mesmo tendo sido uma criança inteligente e que adorava Letras, John Lennon tirava péssimas notas no colégio, além de ter dificuldade em soletrar palavras e escrever com as letras na ordem correta. Somente na década de 1970, quando já havia saído do The Beatles e estava em carreira solo, John foi diagnosticado com dislexia.
Autógrafo para o assassino
Algumas horas antes de ser morto a tiros, John Lennon autografou um disco para quem viria a ser seu assassino. No dia de sua morte, o artista saiu a pé de seu prédio para uma gravação em Nova York. Ao sair de casa, John foi abordado por um fã que queria um autógrafo na cópia do disco Double Fantasy. Entretanto, ninguém imaginava que Mark Chapman, algumas horas mais tarde, seria o responsável por tirar a vida de Lennon em sua volta para casa.
Referências literárias
Assassino de Lennon, Mark Chapman alega ter se inspirado no livro “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J. D. Salinger, para o crime planejado com meses de antecedência. A obra retrata o ponto de vista do protagonista adolescente Holden Caulfield sobre a superficialidade da sociedade. Outra motivação do criminoso foi o incômodo com opiniões e ações de John, como a afirmação popular sobre o Beatles serem “mais populares que Jesus”.
*Fonte: Diário do Nordeste