As pedras da Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina (BA), encantam os visitantes

 

Por Reginaldo Marinho

Ao subir o Serrano, recanto bucólico do Parque Municipal da Muritiba, a quinze minutos de caminhada, a partir de Lençóis, na Chapada Diamantina, interior da Bahia, o turista tem sob os seus pés incontáveis diamantes guardados, ao longo de muitos milhões de anos, pelos conglomerados polimíticos da Serra do Sincorá. Por sorte, não há meio de detectá-los e eles permanecerão lá por outros milhões de anos.

A pedraria encantada de Lençóis constrói um caminho que nos conduz a um mergulho num mundo desconhecido de formas e cores espetaculares.

 

 

Quem sobe a serra vai caminhando sobre verdadeiras obras de arte esculpidas pela natureza, na rocha formada por minerais ejetados do fundo da Terra. Junto com esse material vieram os diamantes, essas pedras fascinantes que mexem com o imaginário feminino do mundo inteiro. O caminho nos conduz a um mergulho num mundo desconhecido de formas e cores espetaculares.

Imagens intrigantes que representam figuras antropomorfas, gnomos, duendes, animais e seres que habitam o mundo lírico da fantasia lapidadas pela água
Partículas de diamantes

O leito do rio revestido por seixos multicoloridos e de formas diversificadas, que unidos pelo amálgama sedimentar, vão compondo essas figuras mágicas trabalhadas pelo atrito causado pela água e surpreendentemente polidas. Em determinadas áreas do leito, a superfície da pedra é tão polida que se pode admitir que a água era enriquecida de partículas de diamantes.

Essas rochas são datadas por método radiométrico com idade próxima a 1,4 bilhão de anos.

Inconsciente coletivo

As fotos colhidas no leito rochoso do Rio Lençóis, exibe imagens intrigantes que representam figuras antropomorfas, gnomos, duendes, animais e seres que habitam o mundo lírico da fantasia lapidadas pela água, em milhões de anos, sobre os conglomerados polimíticos que predominam as rochas da formação Tombador, característica da Chapada Diamantina. São imagens surreais que expressam na pedra uma transcrição clara da linguagem dos sonhos, personagens que habitam o inconsciente coletivo.

São imagens surreais que expressam na pedra uma transcrição clara da linguagem dos sonhos, personagens que habitam o inconsciente coletivo.

 

A coleção oferece uma leitura artística de um fenômeno geológico e tem a intenção de apresentar para o público, de modo simples e direto, essa riqueza da geologia tão visível e frequente da paisagem diamantina, particularmente no Serrano, em Lençóis. É um convite para decifrar os signos gravados na pedra, para conhecer esse universo mágico nascido junto com os diamantes que dominam a Serra do Sincorá. As imagens são impactantes e revelam formas em harmonia com as obras de Salvador Dali, Antoni Gaudí, Gustav Klimt, Di Cavalcanti e outros gênios da pintura universal, que vou descobrindo aos poucos.

As imagens são impactantes e revelam formas em harmonia com as obras de grandes pintores. Crédito das fotos: Reginaldo Marinho.

 

Atrativo científico e lúdico

A exuberância da paisagem da Chapada Diamantina é tão fantástica que oculta a visão dos turistas para esse fenômeno e pretendemos tirar esse véu que encobre os olhares dos visitantes e revelar esse novo atrativo científico e lúdico.

“Ver bem não é ver tudo, é ver o que os outros não veem.”  José Américo de Almeida, escritor


Serviço:
Quem quiser apreciar o delicioso passeio, deverá subir para o Serrano, ponto mais alto do rio Lençóis no perímetro urbano, passando pelo terminal de Lençóis e caminhar 800 metros. Na caminhada você verá o leito rochoso do rio Lençóis que guarda essas imagens há milhões de anos.

*Reginaldo Marinho é jornalista e colaborador do Diário do Turismo e do Portal Turismo Total

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