Por Yuri Abreu
Se o Natal é considerado a festa da família, é no Réveillon que a maioria das pessoas costuma juntar amigos e conhecidos para celebrar a passagem do ano, geralmente em grandes grupos e se deslocando para diferentes lugares, seja perto da praia ou no meio do mato. Porém, em período de pandemia de covid-19, o comportamento é, conforme reforçado pelos infectologistas, de risco, o que pode gerar uma disseminação ainda da doença na Bahia, que está passando pela segunda onda da doença, com o temor de que ela seja pior do que a primeira.
Nesse sentido, algumas cidades do estado decidiram adotar rígidos protocolos quanto ao recebimento de visitantes – muitas só estão permitindo o acesso de moradores. O objetivo é, justamente, evitar as aglomerações. Um desses municípios é Madre de Deus (foto), na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Desde o último dia 24, a Prefeitura tem feito o controle de entrada e saída de pessoas da cidade. Além disso, quem não mora no município não vai poder acessar a região. A exceção fica apenas para os chamados viventes flutuantes, desde que comprovada a residência.
No período do Réveillon, a Prefeitura também proibiu quaisquer tipos de eventos para que grandes grupos não se formem. Na praia, as barracas somente podem colocar cinco mesas na faixa de areia. O uso de carros de som em espaços públicos, restaurantes, bares e barracas de praia, está proibido. Quem descumprir as normas, que tem validade até o dia 4 de janeiro, estará sujeito a punição prevista no artigo 268 do Código Penal, que prevê pena de detenção, de um mês a um ano, e multa. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Madre de Deus já teve 1.524 casos de covid-19 e 19 mortes.
Em Mata de São João, município do Litoral Norte baiano que tem a localidade Praia do Forte (foto) como um dos destinos mais procurados nesta época do ano, não vetou a presença de visitantes, mas adotou regras rígidas para evitar aglomerações, não apenas no final deste ano, assim como também ao longo do mês de janeiro. Desde o último dia 18, por exemplo, eventos e as atividades com público superior a 200 pessoas continuam proibidos em todo o município, mesmo que previamente autorizados. O mesmo vale para a realização de shows, festas e afins, em espaços públicos ou privados, independente da quantidade de pessoas.
Além disso, há mais de 10 dias, as vans, os ônibus e micro-ônibus identificados como veículos de turismo terão que cumprir condicionantes para ter acesso aos destinos do município. Uma delas é apresentação de autorização da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), assim como: o acompanhamento por guia de turismo; a apresentação de comprovante de pagamento das taxas municipais competentes (à exceção das agências e operadoras de turismo sediadas no município); e a comprovação de reserva de hospedagem e/ou comprovação de agendamento prévio a equipamentos turísticos.
Outra ação adotada pela gestão municipal, mas que já ocorre em outros anos é a restrição do acesso de veículos particulares à Vila da Praia do Forte, do dia 31 de dezembro a 3 de janeiro e em todos os finais de semana do próximo mês. A entrada só será permitida apenas a veículos de moradores, de serviço e visitantes com reserva de hospedagem. As pessoas que forem visitar o destino e não possuírem carros credenciados terão de estacionar a cerca de 800 metros da Vila. Até agora, Mata de São João registrou 967 casos da covid-19 e 16 mortes.
Além dessas duas, outras cidades baianas decidiram por adotar restrições de acesso aos visitantes neste período de réveillon. Uma fica na Chapada Diamantina e outra no Recôncavo. Em Palmeiras, que tem como principal atrativo o Vale do Capão, a Prefeitura proibiu a realização de festas e encontros com público superior a 30 pessoas até o dia 6 de janeiro. Atrativos turísticos como o Riachinho e o famoso Morro do Pai Inácio estão com as visitas suspensas. Na região, foram confirmados 83 casos do novo coronavírus. Por lá, houve apenas uma morte.
Em Saubara, município que fica na região da Baía de Todos-os-Santos e que tem a praia de Cabuçu como destino mais procurado, a administração proibiu festas públicas e privadas, principalmente as realizadas em locais como barracas de praia, restaurantes, bares, hotéis e pousadas. Na cidade, até o dia 3 de janeiro, só está permitida a entrada de pessoas que apresentarem comprovante de residência. Por lá, o número de casos de covid-19, segundo a Sesab, é de 104 até agora, com sete óbitos.
*Fonte: Tribuna da Bahia; Fotos: Madre de Deus (divulgação), Praia do Forte: Marcello Fontes.