Hotéis de Salvador (BA) esperam maior ocupação após a vacinação

Por Filipe Oliveira

Durante o verão de Salvador é comum ver a cidade cheia de turistas vindos de todos os lugares do mundo. O tradicional Carnaval baiano realizado em fevereiro é a principal motivação para a chegada de milhões de pessoas à cidade. Este ano, com a pandemia da Covid-19, os hotéis têm registrado menores taxas de ocupações, mas os gestores acreditam que com a vacinação a situação do setor deverá melhorar nos próximos meses.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), a taxa média de ocupação hoteleira está estimada em um crescimento de 11% ao mês, entre dezembro de 2020 e março de 2021. Os dados indicam que a taxa média em Salvador registre 42,7% de ocupação durante o verão de 2021. Estima-se ainda que haja um crescimento de 11% do fluxo turístico durante esses meses. Os dados da Secult indicam que cerca de 2,2 milhões de turistas venham à Salvador durante o verão deste ano.

 

A taxa média de ocupação hoteleira está estimada em um crescimento de 11% ao mês, entre dezembro de 2020 e março de 2021, segundo a Secult. Foto: divulgação/Arquivo Turismo Total.

 

Para o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, a ocupação dos hotéis em Salvador está em cerca de 70% do que foi registrado no mesmo período em janeiro de 2020 e não há como prever ainda quando o setor poderá registrar um maior desempenho.

“Nós não temos ainda como fazer uma previsão, o número de doses de vacinas que chegou a Salvador ainda é muito pequeno. A gente fica dependendo de qual data, em qual período a maior parte da população estará vacinada para assim poder estimar o futuro da ocupação no setor hoteleiro. Há também muitas restrições de voos, tanto nacionais e internacionais e isso dificulta o fluxo na cidade”. Apesar disso, Lopes afirma que as expectativas são boas e o início da vacinação já é um grande passo.

A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens na Bahia (ABAV-BA), Ângela Carvalho, comenta que os resultados da vacinação para o turismo poderão ser observados a médio ou longo prazo.

“Provavelmente só teremos aquele turista que consome mais, o turista estrangeiro, a partir do segundo semestre, porque por enquanto só temos recebido, praticamente, turismo doméstico de pessoas que vêm do Sul em busca de sol e praia. Ainda é um público muito específico e em baixo volume. Será uma retomada tímida, que a gente sabe que vai ser gradual e não uma explosão por ter saído a vacina”, enfatiza. Ela comenta ainda que a vacina é fator positivo para o setor. “É tudo o que a gente podia esperar e no segundo semestre a gente volta com tudo”, brinca.

Um hotel do Porto da Barra, em Salvador, está com a ocupação média diária de 70% durante janeiro, um percentual 20% menor do que o registrado pela empresa no mesmo período em 2020. Para a gerente comercial, Sheila Souza, a expectativa com a vacina é alta e o hotel tem realizado promoções para garantir hóspedes.

“Nossa expectativa é bem positiva. Muita gente já tem feito reserva para os próximos meses, no pós Carnaval e, como temos sol até o início de maio, ainda poderemos ter muitos hóspedes, até a baixa temporada tem surpreendido com o anúncio da vacina. A gente faz promoção o ano inteiro e vamos oscilando conforme a demanda e ocupação. Já estamos enxergando uma grande expectativa para o segundo semestre”.

Fábio Mota, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, comenta que o grande desafio para este ano é preparar a cidade e a rede hoteleira para receber os turistas frequentes.

“Temos uma demanda reprimida, mas quando abrirem as fronteiras e houver imunização para todos, teremos um grande ‘boom’ do turismo. Temos conversado com líderes voltados ao setor para que estejamos preparados para receber os turistas com guias turísticos, hotéis, bares e restaurantes. Estamos com ações de qualificação e estrutura a serem apresentadas, para o segundo semestre que deverá ser de retomada do turismo na capital baiana que é um dos principais destinos do Brasil”. Para Mota, a necessidade de obrigatoriedade de vacinação para o acesso a algumas atividades e eventos na cidade irá depender da avaliação dos gestores em Salvador.

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