Por Felipe Lima
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou, no ano passado, que as atividades turísticas referentes ao carnaval alcançariam o maior volume de receitas desde 2015. No entanto, este as expectativas são negativas, visto que a pandemia forçou o cancelamento da festividade na maior parte das regiões brasileiras. Para este começo do ano, estima-se que 87% da hotelaria tenha queda no faturamento para o carnaval.
De acordo com estudo realizado pela confederação, apenas no âmbito da hotelaria e similares, 58% dos empresários avaliam que terão menos de 50% de ocupação durante a semana da comemoração. Por outro lado, 32% acreditam que conseguirão ocupar de 50% a 70% da hospedagem. Apenas 10% espera uma movimentação superior a 70%.
“Nos principais destinos turísticos, onde o carnaval é reconhecido nacionalmente, não teremos os famosos desfiles e blocos de rua. Além disso, muitas capitais também optaram por cancelar o ponto facultativo nas datas destinadas à folia. O agravamento da situação sanitária inviabiliza a realização do evento”, informa Alexandre Sampaio, presidente da FBHA. Ainda de acordo com o executivo, enquanto a vacina não estiver em grande escala, a tendência é que outras grandes comemorações sofram com cancelamentos, impactando a cadeia do setor.
O setor tem uma avaliação variada sobre os prejuízos deste período. Segundo 48% os prejuízos ficarão na casa de 30% a 50%, enquanto 23% do empresariado possui a expectativa de prejuízos que fique entre 10% e 30%, a mesma porcentagem de executivos que acreditam em um faturamento menor de 50% para o ínterim.
Todo o cenário afeta a geração de empregos. Apenas no ano passado, o Turismo perdeu 437,9 mil postos formais de trabalho, uma redução de 12,5% de força de trabalho. O segmento de hospedagem respondeu por 65,4 mil dessas vagas. Atualmente, não há expectativa para melhorar a situação, visto que 90% da hotelaria e similares não pretendem realizar contratações temporárias durante o carnaval.
“Com o cancelamento das atividades, não teremos como movimentar o mercado, o que trará problemas estruturais para a geração de renda no país. É um problema que poderá se repetir ao longo do ano, levando em consideração a instabilidade que sofremos devido à infecção viral”, pontua o presidente da FBHA.
*Fonte: Brasilturis; Foto: divulgação;arquivo Turismo Total