Em 2020, o turismo brasileiro apresentou uma quebra de 36,7% e deverá demorar dois anos para voltar aos níveis anteriores à crise provocada pela pandemia da COVID-19, de acordo com as previsões da Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Turismo do Brasil (CNC).
Segundo a Lusa, a CNC reviu em baixa esta quinta-feira, 11 de fevereiro, as projeções de crescimento para 2021 e para os próximos anos, depois de, no ano passado, se terem registado “quedas históricas”.
“Especificamente em relação ao turismo, a tendência é que a receita real do setor caia 9,7% neste ano, com perspectiva de voltar ao patamar pré-pandemia apenas no segundo trimestre de 2023”, aponta o estudo divulgado pela entidade.
De acordo com o relatório, o turismo foi das atividades económicas mais afetadas pela pandemia e as previsões para os próximos meses continuam poucos animadoras, já que “o setor sofreu uma perda de quase 30% em relação à média de geração de rendimentos nos primeiros dois meses do ano passado”.
Para a revisão das perspectivas, explica o presidente da CNC, José Roberto Tadros, pesou “a lenta recuperação do nível de atividade dos serviços e as expectativas negativas para o desempenho da economia brasileira nos próximos trimestres”.
O responsável defende ainda que a recuperação dos serviços e do turismo também está condicionada a um avanço mais rápido no processo de vacinação da população contra o novo coronavírus.
A CNC estima também que, nos últimos onze meses, entre março de 2020 e janeiro de 2021, o turismo brasileiro acumulou perdas de 274 mil milhões de reais (cerca de 42 mil milhões de euros).
Tais perdas obrigaram as empresas do setor a eliminar cerca de 397 mil empregos formais (com contrato de trabalho) em 2020, dos quais 211.100 correspondiam a empresas de bares e restaurantes, cerca de 90.700 a transporte rodoviário e 56.500 à hotelaria.
*Fonte: Publituris/PT: Foto: Antonio Lacerda/ EFE, arquivo Turismo Total