Um dos segmentos que mais emprega na Bahia também é um dos que mais estão sendo abalados com as medidas restritivas. De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel (BA) – na primeira quinzena de março de 2021, 69% dos bares e restaurantes estão para fechar ou já estão fechados.
A pesquisa aponta que diante do lockdown imposto da última semana indicam que 19,7% já fecharam ou já decidiram por fechar, e 5,2% não possuem condições sequer de arcar com os custos do fechamento e 44,1% não sabem como continuarão abertos.
Na continuidade das medidas até 1 de abril, onde o decreto estadual restringe a locomoção noturna a partir das 20h, limita o horário de funcionamento do segmento até as 18h para atendimento presencial, e a atividade de delivery até as 24h, provocará o fechamento de até 74,2% das empresas. 17,4% dos entrevistados disseram que não vão mais abrir e 43,2% não sabem como vão funcionar.
Quanto aos funcionários, 77% das empresas já não possuem mais recursos para pagamento dos salários. A pesquisa revela que 87,8% dos bares, restaurantes e similares já tiveram que demitir até 58,3% de todo seu quadro de funcionários, e que 8,6% demitiram todos seus colaboradores. Os dados apontam que 90,7% das empresas irão realizar novas demissões, sendo que 71% dessas empresas terão que demitir de 10% a 50% do quadro atual.
Os dados apontam que 73,2% não dispõem de recursos para pagamento das contas de energia elétrica; 68,1% não conseguirão pagar as contas de água, ou já possuem débitos; 70,4% não conseguem honrar o aluguel, ou já estão em dívida; e 70,9% estão em atraso ou não mais pagarão os seus fornecedores, com agravante que destes 14,6% já estão impossibilitados de realizarem novas compras.
Em relação ao pagamento de tributos, 79,9% estão sem condições de realizar o pagamento dos tributos federais, 75,1% os tributos estaduais e 77% os tributos municipais. As dívidas bancárias, 67,6% das empresas já se encontram sem capacidade de pagamento e 15,5% já estão sendo executadas pelas instituições financeiras.
Os números coletados apontam 30,5% de empresas fechadas, 25,8% funcionando com delivery e retirada no local e 23,5% apenas por meio de delivery.
As empresas que ainda estão em operação 64,9% faturam menos de 30% do equivalente ao mesmo período antes da pandemia.
De acordo com o levantamento, 86% das empresas não possuem um faturamento significativo até as 11h. Ações voltadas a esse horário surtiram pouco efeito ao setor. No almoço, mais de 38% possuem um faturamento expressivo e dos 46% que faturam no horário, a maioria relata que é nos finais de semana que recebem mais clientes.
No happy hour e jantar, 63% dos entrevistados têm este período como mais intenso. “A realidade mostra que funcionamento apenas até às 18h ou 20h levará a maior parte das empresas a não retomarem suas atividades, e poderá vir a se formar um cenário caótico até para os que tentarem abrir”, disse Luiz Henrique do Amaral, presidente executivo da associação na Bahia.
Atualmente existem 57.017 bares, restaurantes, similares e microempreendedores individuais que empregam cerca de 280 mil pessoas que movimentam desde o agricultor familiar até as indústrias de alimentação e bebidas no Estado da Bahia. “Esta pesquisa revela um quadro devastador e a necessidade urgente de medidas que realmente permitam a retomada pela sobrevivência e reparação”, observa Luiz Henrique.
Para Leandro Menezes, Presidente do Conselho da Abrasel na Bahia, “infelizmente o cenário do “corredor da morte” é uma realidade imposta ao segmento. Precisamos agora de ajuda imediata para salvar as empresas e os empregos. Aguardamos que o governo do Estado da Bahia, e as prefeituras tenham agilidade para viabilizarem nossas demandas.”
Fonte: ABRASEL na Bahia
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