O Reino Unido vai autorizar os voos diretos e retirar Portugal da “lista vermelha” de países cujos viajantes estão sujeitos a quarentena em hotéis no Reino Unido a partir de sexta-feira.
O anúncio foi feito ontem pelo Ministério dos Transportes britânico, que referiu que serão também retomadas as ligações aéreas, o que só deverá acontecer no final do mês, uma vez que Portugal prolongou a suspensão dos voos de/para o Reino Unido.
A decisão do Reino Unido de retirar Portugal da “lista vermelha” foi tomada “na sequência de indícios de que se reduziu o risco de importação de uma variante preocupante destes destinos”, diz um comunicado.
“Portugal adaptou medidas para mitigar o risco das suas ligações com países onde as variantes se tornaram uma preocupação e agora tem vigilância genômica em vigor”, acrescenta a mesma nota.
Apesar deste alívio das restrições, o regime de confinamento devido à pandemia de covid-19 mantém-se em Inglaterra, pelo que continua a ser proibido viajar sem justificação válida, como férias, e a circulação está essencialmente limitada a nacionais e residentes dos dois países.
As pessoas que chegarem ao Reino Unido continuam também sujeitas a quarentena de 10 dias e três testes, um antes do embarque, e dois, ao segundo e oitavo dia da quarentena obrigatória de 10 dias, que pode assim ser feita na respectiva residência.
Portugal é o único país europeu numa lista de países africanos e sul-americanos cujas viagens para o Reino Unido estão proibidas para reduzir o risco de importação de variantes do novo coronavírus mais infecciosas e resistentes às vacinas, como aquelas descobertas no Brasil e África do Sul.
Os viajantes dos 33 países da chamada “lista vermelha”, que incluem também o Brasil, Angola, Cabo Verde e Moçambique, são obrigados a cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado pelas autoridades e pagar o custo de 1.750 libras (2.030 euros).
A medida foi introduzida a 15 de Fevereiro, mas o Reino Unido já tinha suspendido os voos diretos de Portugal a 15 de Janeiro, medida que Portugal reproduziu a 23 de Janeiro.
O anúncio feito ontem pelo Reino Unido coincide com o início do desconfinamento em Portugal, que começou pela reabertura de creches e ensino pré-escolar e do primeiro ciclo, lojas de comércio local de bens não essenciais para venda ao postigo, cabeleireiros, manicures, livrarias, comércio automóvel, mediação imobiliária, bibliotecas e arquivos.
Novas fases de alívio de restrições estão planeadas para 5 e 19 de Abril e 3 de Maio, mas as medidas podem ser revistas sempre que Portugal ultrapassar os “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse o valor 1.
O Governo britânico começou a aliviar o confinamento em Inglaterra na semana passada, com a reabertura das escolas, mas disse que pretende continuar a proibir as viagens não essenciais para o estrangeiro, nomeadamente para férias, até 17 de Maio.
No âmbito da mesma decisão, o Ministério dos Transportes adicionou a Etiópia, Omã, Somália e Qatar à “lista vermelha” de países com interdição de viagens e removeu a Maurícia. Fonte: Presstur.