Dia Mundial da Água alerta para a importância de preservar os rios e combater a poluição

Por Alexia Oliveira e Pedro Ícaro*

O Dia Mundial da Água, comemorado nesta segunda-feira (22/3), serve de alerta sobre os impactos da ação humana sobre os rios e a necessidade de preservação. Combater a poluição e os desmatamentos, que têm forte impacto nos recursos hídricos, é um consenso entre especialistas, que chamam a atenção para o fato de que uma população saudável também precisa ter acesso ao saneamento básico.

“Preservar as nascentes impacta nas gerações que virão. É importante ter água de qualidade, para não enfrentar um problema de racionamento como nas capitais”, aconselha Nelson Rodrigues, educador ambiental do Distrito Federal.

O Dia Mundial da Água é uma data para refletirmos a respeito da importância de preservar os recursos hídricos. Imagem: reprodução.

 

 

De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 38,6% dos esgotos produzidos no Brasil não eram tratados, em 2017, e, muito menos, coletados. Os que eram recolhidos e eram jogados nos recursos hídricos sem tratamento: cerca de 18,8%. O restante era coletado e tratado antes de serem rejeitados aos mananciais, cerca de 42,6%. “Existem diversos fatores que podem ajudar na redução da contaminação dos rios, como a diminuição da emissão de monóxido de carbono, o aproveitamento e a melhora do saneamento básico nas localidades, além da coleta seletiva, fator fundamental”, destaca Maurício Francelino, ambientalista e presidente do projeto social Gaiola Aberta.

A meta da universalização do esgotamento sanitário e na proteção dos recursos hídricos, assim como o seu uso sustentável, segundo o Atlas Esgoto, projeto da ANA em parceria com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, demanda R$ 149,5 bilhões em investimentos até 2035.

“O reconhecimento oficial de áreas de proteção é o primeiro passo. Identificamos que investimentos baseados na natureza são um avanço que o setor de saneamento básico deve incorporar”, explica Guilherme Checco, pesquisador no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

Devido à pandemia, muitos trabalhadores que dependem dos recursos hídricos precisaram interromper as atividades devido às medidas restritivas de combate à covid-19. Porém, muitos deles lutam, diariamente, pela preservação da sua principal forma de renda, como é o caso de Afrodite Lucena, profissional do turismo de Natal, Rio Grande do Norte. “A preservação da natureza é importante para o turismo, porque as belezas naturais geram impacto na questão visual que o visitante tem, principalmente para aqueles que vêm das grandes cidades”, afirma.

A nova lei do saneamento, sancionada em julho de 2020, visa abrir o setor para a iniciativa privada. Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e o marco regulatório do saneamento básico, se entrar em vigor, poderá reverter esse número. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro vetou o período de transição de 30 anos dos contratos com empresas estaduais de saneamento, que eram fechados sem processo de licitação. O marco diz que as empresas devem atualizar os contratos em vigor até 31 de março de 2022 para assegurar as metas de universalização.

  • Estagiários do Correio Braziliense  

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *