As autoridades do Rio de Janeiro e de Niterói anunciaram o encerramento de todas as “atividades não essenciais” durante um período de dez dias como medida para conter o avanço da pandemia.
Paes justificou as medidas com o facto de que, nos últimos dez dias, o número de pacientes à espera de cama nos cuidados intensivo passou de 64 para 493, refletindo o colapso da rede hospitalar na cidade, que tem semelhanças em Niterói.
“Ninguém toma essas decisões feliz, alegre ou por prazer. Nós as tomamos por necessidade absoluta e ouvindo muito a ciência, entendendo os aspetos económicos, mas ouvindo a ciência”, disse o prefeito do Rio de Janeiro.
São medidas “duras, mas necessárias”, porque “os números são incontestáveis” e “chega um momento em que devemos cuidar da vida”, insistiu ao justificar as decisões criticadas abertamente pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
“Se vamos parar esses dez dias, não é para fazer festa, não é para celebrar nada”, disse Paes, que enviou uma mensagem “aos jovens”, aos quais pediu “especial cuidado” porque estão agora entre os mais afetados pela nova vaga da pandemia no Rio de Janeiro.
As medidas anunciadas hoje pelo Rio de Janeiro e Niterói são semelhantes às já adoptadas pela prefeitura de São Paulo, que da mesma forma permitirá apenas as chamadas “atividades essenciais” durante o período entre 26 de Março e 4 de Abril.
O Brasil, que atravessa agora o seu momento mais crítico da pandemia, é o segundo país do mundo mais afetado pela covid-19, com quase 12 milhões de casos e 294.042 mortes, apenas atrás dos Estados Unidos.
O Rio de Janeiro, segunda cidade mais atingida depois de São Paulo, acumula cerca de 625 mil infeções e pouco mais de 35 mil mortes, e, como todo o país, mostra uma curva crescente e descontrolada da pandemia há semanas, segundo especialistas.